pic_pauloLima.jpg

O cara ao lado do camelo é o Camelo. Imaginando que possa haver quem não o conheça, aí vai: o nome dele é Marcelo de Souza Camelo, nasceu no dia 4 de fevereiro de 1978, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, filho de um dono de bar e de uma artista plástica. Camelo foi um dos fundadores da banda Los Hermanos, que emplacou de largada um megassucesso pop, a canção “Anna Julia”. Mas foi por conta de inúmeras outras composições, centenas de shows e de uma combinação de talento e carisma fora da média, em especial do próprio Camelo e de um de seus parceiros, o guitarrista (e às vezes baixista) Rodrigo Amarante, que a banda foi construindo, de maneira relativamente silenciosa e orgânica, um exército de fãs. São quase devotos, algo que chega a lembrar os tempos áureos de fenômenos como Legião Urbana e Raul Seixas. Há cerca de um ano e meio, Camelo conheceu e começou a namorar outra figura de relevo da nova música brasileira. Mallu Magalhães, então com apenas 16 anos, passou a formar com ele mais do que uma dupla em algumas composições. O romance chamou a atenção da indústria de celebridades tupinambá e, pior que isso, de uma horda incontrolável de desocupados que enxergavam no namoro ameaça grave contra a moral e os bons costumes nacionais. O casal vai bem, obrigado, ela, prestes a atingir a maioridade, está mais bonita e madura musicalmente. Ele se mudou para um apartamento na zona oeste de São Paulo, para ficar mais perto da namorada.

A foto dessa página é do ensaio inédito que faz parte da entrevista exclusiva concedida por Camelo para a próxima edição da revista “Trip”. Nela, Camelo, considerado por muita gente boa um dos melhores compositores brasileiros da atualidade, abre completamente suas entranhas à repórter Kátia Lessa. Fala de unhas postiças, revela sua paixão pela banda Bon Jovi, de possíveis novos shows do Los Hermanos e até dá a sua interpretação divertida sobre as eternas tentativas de leitura das diferenças entre Rio e São Paulo.

“Me surpreendi com a calma do paulistano, a ‘boa-pracice’. É como se o Rio tivesse um subtexto de malandragem. Quando chego lá agora, tenho que chavear a cabeça pra um modo meio marrento, senão você é maltratado o tempo inteiro. No táxi, você tem que chegar pro cara e falar: ‘Vou pra Copa, mermão’ (risos)…

…Mas sinto falta do Rio, da praia, do sol, da umidade, dos amigos e do BB Lanches. Em Copacabana, dá para ir ao boteco às 3 e meia da manhã. ‘Fala aí, João, beleza? Como é que tá o PF?’ ‘Pô, hoje tá meio ruim, cara. Mas o feijão tá legal…’ Copacabana é um bairro de tolerância…”