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Assista ao depoimento da cantora sobre o "Manuscrito", seu primeiro CD solo, e a música de trabalho "Pés cansados"

 

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“Tenho momentos de melancolia. É quando gosto
de escrever minhas músicas”

O que mais pode querer uma jovem cantora com 20 anos de carreira bem-sucedida e um total de 17 milhões de discos vendidos? No caso de Sandy, que começou a cantar aos 6 anos de idade e que, aparentemente, não sabia o que fazer de sua vida artística desde o fim da dupla com o seu irmão, Junior Lima, em 2007, o sonho de princesa que encontrou o príncipe encantado foi simples: gravar um CD “só para ela”. É exatamente isso o que ela diz no documentário que acompanha a edição especial de “Manuscrito”, seu primeiro trabalho solo, previsto para chegar às lojas na sexta-feira 7. Sandy poderia ter gravado um disco de clássicos de jazz e de música brasileira, como já vinha fazendo em shows, numa prova de seu conhecimento sonoro. Poderia também fazer duetos com medalhões da MPB. E, com certeza, não seria recusada – vive recebendo elogios de Milton Nascimento, Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros. Sandy, contudo, foi mais cautelosa e preferiu estrear em tom menor, com um disco gravado em casa e produzido pelo marido, o músico Lucas Lima, em parceria com Junior Lima. A propósito: ela diz adorar as notas menores, “mais melancólicas”.

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MUDANÇA
O CD foi feito em casa, produzido pelo marido e segue a onda
atual das jovens cantoras ao tratar da intimidade

Sandy compôs e interpretou 13 músicas que ilustram uma espécie de filme triste – e um pouco forçado. No documentário, revela que achava “um mico” gravar tal música ridícula, por imposição da gravadora: “Tinha muita vergonha de cantar ‘Power Ranger’ e fazer aquela coreografia”. Para marcar opinião, enfrenta a avaliação dos pais, que criticam o excesso de piano nas novas canções. Ao optar por baladas pop, mais voltadas para o folk, a cantora fez questão de se afastar do passado. Mas não existe nada de original nessa mudança: embora cite referências de fora, a nova Sandy se integra, à sua maneira, ao som intimista e confessional de jovens intérpretes como Tiê ou Mallu Magalhães. Alguns bons resultados são evidentes em faixas como “Dedilhada”, parceria com o irmão (“não quero levar uma vida dedilhada”, diz a letra, repetindo o lamento geral do disco) ou “Ela/Ele” – que parece falar de uma experiência real.

A nova Sandy diz que não se considera católica, defende o uso da camisinha e afirma que “se a relação sexual traz prazer, não existe só para a reprodução”. É uma postura adequada à fase atual, mas também isso não é novidade: ela participou de uma campanha anti-Aids em 2002. Mesmo a sua apreensão em não satisfazer o público é calculada. Trata-se de uma reestreia pensada em todos os detalhes. Ela sabe que dificilmente pode dar errado.