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Um executivo da petroleira BP concordou nesta quinta-feira com as estimativas do governo americano quanto ao vazamento de petróleo que criou uma maré negra no Golfo do México, que pode ser de mais de 5.000 barris/dia (800.000 litros), muito mais que o previsto.

Na véspera, a Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou que ao menos 5.000 barris de petróleo estão vazando diariamente no Golfo do México.
 
"Descobriram um novo ponto de vazamento", assinalou o oficial Erik Swanson à AFP. Isto equivale a "5 mil barris diários".
 
Equipes de emergência iniciaram na quarta-feira a queima controlada da gigantesca mancha de petróleo provocada pela explosão de uma plataforma no Golfo do México, diante da ameaça de o óleo chegar à costa da Louisiana.
 
"É incendiada com uma pequena boia que se desloca pela mancha e a inflama. A queima ocorre satisfatoriamente", disse o oficial da Guarda Costeira Cory Mendenhall sobre a operação para paliar os efeitos do vazamento provocado pelo afundamento da plataforma petroleira diante da costa americana, na quinta-feira passada.
 
A drástica decisão de atear fogo à maré negra foi adotada após a mancha chegar a cerca de 40 km dos pântanos de Louisiana, hábitat de diversas espécies. A maré negra poderá chegar ao delta do Missisipi nesta sexta-feira, segundo informação oficial; a secretária de Segurança Interior, Janet Napolitano, declarou "catástrofe nacional", e o presidente Barack Obama prometeu mobilizar "todos os meios disponíveis", entre eles o Exército, para lutar contra a tragédia.
 
Uma frota de barcos da Guarda Costeira e da companhia britânica de petróleo BP empurrava as partes mais densas da mancha para uma barreira flutuante resistente ao fogo.
 
"O plano é queimar, de forma restrita e controlada, milhares de galões de petróleo, e cada operação dever durar cerca de uma hora", explicaram as autoridades e a BP.
 
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) americana advertiu que os fortes ventos de sudeste previstos para os próximos dias poderão empurrar a maré negra para os pântanos da Louisiana.
 
A plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, afundou na quinta-feira passada 240 km a sudeste de Nova Orleans, dois dias depois de uma explosão que causou a morte de 11 trabalhadores.
 
A queima da mancha de petróleo para proteger a costa provocará seus próprios problemas ambientais, criando enormes nuvens de fumaça tóxica e deixando resíduos no mar.
 
Na terça-feira, fracassaram as tentativas de fechar dois focos de vazamento no oleoduto ligado à plataforma, realizadas por quatro submarinos robotizados a 1.500 metros de profundidade.