Imagem fechada no Dunga.
Ele fala: “Tinha planos para este ano, mas as coisas mudam”.
Parece um desabafo do treinador que dirigiu a seleção brasileira entre 22 de julho de 2014 e 14 de junho de 2016, depois da eliminação na Copa América de 2015, da Copa América Centenário e da posição mediana do Brasil na classificação das eliminatórias da Copa do Mundo na Rússia.
Dunga queria dirigir o Brasil no Mundial em 2018. Foi demitido pela CBF e sucedido por Tite que classificou o selecionado com uma campanha invicta de nove vitórias.
Mas longe de amargura.
A fala de Dunga abre o roteiro de um comercial da GoDaddy, uma empresa multinacional norte-americana que fornece ferramentas para pequenos empreendedores para colocar projetos na internet (sites, domínios, e-commerce, loja virtual etc)
Na peça publicitária bolada pela agência VML, Dunga completa a primeira sentença com o mote da campanha: “Aproveitei minha criatividade de brasileiro e coloquei minha nova paixão na internet”.
O tetracampeão mundial em 1994 aparece então pintando um quadro com a reprodução do cachorro que é símbolo da empresa.
“Vocês não conheciam este meu lado sensível”, diz antes de dar uma bronca no Pug que se mexe.
A Copa do Mundo gera negócios para a CBF (patrocinadores oficiais), técnico (Tite é garoto propaganda de banco, fábrica coreana de televisores e até universidade à distância) e atletas (Neymar é campeão, mas já se vende há anos).
Uma novidade é o mercado publicitário de olho em personagens que não fazem parte do núcleo que vai disputar a Copa do Mundo.
Dunga já estava no ar com uma campanha da Ultrafarma, ex-patrocinadora oficial da CBF, com quem manteve bom relacionamento quando dirigia o time do Brasil.
Valéria Molina, diretora de marketing da GoDaddy, Carlos Caetano Bledorn Verri (Dunga) diz que a campanha escolheu um cara vencedor: “Ele tem uma carreira de sucesso. Foi campeão do mundo em 94, nos Estados Unidos. Conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009”.
Mas o que pesou mesmo foi mostrar Dunga como o cara que encarna o brasileiro dos dias atuais: “Ele representa muito esta coisa do brasileiro que tinha planos profissionais e as coisas mudaram”, falou Valéria.
A referência é a crise econômica que gerou desemprego e fez com que as pessoas fossem atrás de outros projetos.
“Estas pessoas partiram para o Plano B e a GoDaddy pode ajudá-las a se reinventarem”, completou a diretora de marketing.
No comercial, Dunga vira artista plástico, mas ao contrário de outro treinador – Carlos Alberto Parreira – ele não é pintor. Fora dos campos, ele mantém um trabalho no terceiro setor que é bem sucedido.
Mas está se dando bem como garoto propaganda.