chamada.jpg
LIMITE
Pouco mais de um terço da população-alvo foi imunizado
até agora. A meta é proteger 80%

A gripe suína está de volta ao cotidiano do País. Na semana passada, a baixa adesão ao programa de vacinação de gestantes, doentes crônicos e pessoas com idade entre 20 e 29 anos, que estão entre os mais vulneráveis à doença, foi motivo de apelo para que as pessoas compareçam aos postos de vacinação. Até a quarta-feira 14, números do Ministério da Saúde indicavam que 20,4 milhões de pessoas haviam sido vacinadas, o equivalente a 34,8% da população-alvo, a 48,7% das gestantes e a 20,2% dos adultos jovens. Apesar das dificuldades, o governo não pretendia prorrogar a campanha. A data-limite para a imunização de grávidas, doentes crônicos e crianças é 23 de abril. “Pode ser que as pessoas tenham ficado com a impressão de que a doença foi menos intensa do que se esperava”, diz o infectologista David Salomão Lewi, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Porém não se deve esquecer que há grupos mais sensíveis que podem ter sintomas intensos. Por isso é fundamental se vacinar.” Até o dia 3 de abril, o País registrou 361 casos graves. Cinquenta pessoas morreram, a maioria no Pará.

img2.jpg
Vírus H1N1

A vacina A, como tem sido chamada, também começa a chegar às clínicas particulares, laboratórios de análises clínicas e hospitais. Atenderá o grupo que está fora da campanha pública: crianças e adolescentes com idade entre 2 e 20 anos e pessoas saudáveis de 40 a 59 anos. Na maioria dos consultórios, existe lista de espera pela vacina trivalente, que protege contra o H1N1, o vírus causador da gripe suína, e outros dois subtipos de Influenza (responsáveis pela gripe comum). Esses estabelecimentos ainda oferecerão a vacina que imuniza só contra o H1N1 ou contra a gripe sazonal. A vacina H1N1 não pode ser comprada ou ministrada em farmácias e drogarias.

MAIS UM REMÉDIO

img_00.jpg

Não há problema em tomar a trivalente, mas o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, considera exagero. “O grupo que precisa da vacina H1N1 é diferente daquele que deve tomar a vacina contra a gripe sazonal, que afeta mais pessoas acima dos 60 anos”, afirma. Ele diz ainda que a vacinação e a disseminação do vírus no ano passado podem reduzir a quantidade de indivíduos que terão a gripe, mas isso não interfere na sua intensidade. “O vírus continua o mesmo”, alerta.

img1.jpg

Em maio devem começar também os testes no Brasil com o peramivir, um novo remédio contra o H1N1. “No estudo, o remédio será ministrado em conjunto com o Tamiflu”, diz o infectologista Luiz Carlos Pereira, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo. O medicamento inibe a enzima neuraminidase, contida no vírus. Sem a ajuda dessa substância, o H1N1 não entra nas células. Portanto, não se multiplica. A droga já é usada nos EUA, México, Japão e Israel para doentes em estado grave, os que não conseguem tomar medicamentos por via oral e para aqueles que apresentam resistência ao Tamiflu. 

img.jpg