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Deu a lógica conservadora. As eleições na Câmara e no Senado ungiram para as presidências das Casas dois antigos ocupantes do posto. O senador José Sarney e o deputado Michel Temer seguem ambos rumo ao terceiro mandato. Não poderia ser diferente. Em meio ao esfacelamento de prestígio do Parlamento, a escolha da experiência serve para tentar resgatar a força de outrora. Espremido entre o Executivo e o Legislativo, trabalhando na base de medidas provisórias, com pouca voz de decisão, e engolfado por um festival de escândalos, o Congresso Federal quer lustrar a própria imagem. Um desafi o de cara: a situação do deputado-corregedor, responsável por abrir os processos de quebra de decoro, que foi fl agrado (logo ele!) com um castelo medieval de R$ 25 milhões – não declarado.

Sobram tarefas para Sarney e Temer nessa nova etapa. Mas a primeira avaliação de suas vitórias leva à natural conclusão de que o PMDB se converteu, agora de fato e de direito, no ponto de equilíbrio na disputa de poder entre o PT e o PSDB. Irônico que até aqui o partido majoritário no Congresso não seja um daqueles que vêm polarizando a luta sucessória do Executivo. Mas essa lacuna pode estar perto de ser preenchida, caso o PMDB faça a opção de sair com um candidato pró prio ao lugar de Lula. Historicamente na condição de maior partido do País, o PMDB viveu da divisão de quadros e nunca logrou êxito em eleições presidenciais. No momento, está na condição de noiva cobiçada pelo PT e pelo PSDB. Ambos sonham com uma aliança, oferecendo a vice-presidência na disputa de 2010. Várias correntes peemedebistas querem mais.

Acham que chegou a hora do partido depois de anos de tentativas. Querem um representante seu no Alvorada. Se vão conseguir ou não é outra história, mas, de uma maneira ou de outra, o tabuleiro de forças políticas foi completamente alterado. O PMDB segue daqui na dianteira da corrida. E quem imaginava uma disputa presidencial com pouca emoção não perde por esperar.