Depois de um período marcado por uma guerra comercial entre estúdios de cinema e indústrias de eletrônicos, o mercado fez dois movimentos decisivos para eleger o novo sucessor do DVD. Nas festas de final de ano, no Japão, os consumidores optaram em peso pelos equipamentos Blu-ray, da Sony, que dominou 94,9% das vendas. Logo em seguida, a Warner anunciou que está abandonando o formato HD DVD, da Toshiba. Era a última pedra que faltava na preferência dos grandes estúdios de Hollywood pela tecnologia da Sony. A decisão representa a volta por cima para a empresa que na década de 1980 amargou a derrota do seu formato Beta para o VHS, da empresa JVC.

O segredo dos novos reprodutores está na chamada óptica dupla. É como se tivessem aumentado o “cérebro” do DVD para que ele armazenasse mais detalhes de áudio e vídeo. Para isso, a indústria se valeu da troca do laser vermelho dos aparelhos atuais pelo azul, muito mais preciso e capaz de guardar até cinco vezes mais informações. A mudança do DVD para o Blu-ray representa um salto qualitativo perceptível a olho nu: cores mais vivas, imagem mais rica, contraste bem definido, áudio cristalino.

Em 2006, a luta começou com a Sony liderando fabricantes como a Philips, TDK, Panasonic e Walt Disney pelo formato Blu-ray, apontado como mais resistente e com maior capacidade de armazenamento – 25 GB por camada, embora com um preço mais alto (leia o quadro). No entanto, convencer os estúdios de cinema a reformular toda sua engenharia de produção para se adaptar a um produto com demanda duvidosa no mercado fez a Sony patinar diante da concorrente. E a Toshiba ganhou o primeiro round com o seu formato HD DVD, com um custo mais baixo por sua menor capacidade de armazenamento, de 15 GB por camada. O menor preço foi suficiente para a Toshiba ganhar o apoio de gigantes como a Microsoft, Sanyo, NEC e Universal Pictures.

Os avanços da TV Digital e da produção de alta definição, contudo, fizeram o mercado recuperar o olhar para o Blu-ray. Com a popularização dessas tecnologias, passou a fazer sentido aderir a um produto com maior capacidade e qualidade de armazenamento. Foi assim que a Sony ganhou o apoio de 170 empresas, deixando a Toshiba apenas com o apoio da Microsoft, NEC e dos estúdios Paramount e Universal (que também produzem em formato Bluray). Mas faltava aquela fatia do bolo contendo a cereja. No início de janeiro, a Warner, maior vendedora de DVDs de Hollywood, decidiu dar as costas para o HD DVD e abraçar apenas o Blu-ray. Uma semana depois, a Toshiba anunciou reduções de até 50% no preço dos equipamentos. O bom negócio, porém, pode vir a ser uma armadilha para o consumidor. “A falta de produtos no mercado em formato HD DVD será o fim desse produto”, diz o analista de mercado Hiroyuki Shimizu. “No final de 2008, o Blu-ray será realidade no mundo todo.”

BLU-RAY

O QUE É

O Blu-ray Disc (BD) é um disco óptico de última geração projetado para o armazenamento de vídeo em alta definição com audio cristalino. Em comparação com o formato HD DVD, seu principal concorrente, o Blu-ray comporta maior quantidade de informações por camada (25 GB contra 15 GB).

HD DVD

O QUE É

O HD DVD (High Density Digital Versatile Disc, Disco Digital Versátil de Alta Densidade, ou High Definition Digital Video Disc, Disco Digital de Vídeo de Alta Definição) é um disco de mídia digital, similar ao Blu-ray. Tem o mesmo tamanho físico de um CD (120 mm de diâmetro), com baixo custo, porém menor poder de armazenamento.

DVD

O QUE É

DVD (Digital Versatile Disc, Disco digital versátil). Contém informações digitais, tendo maior capacidade de armazenamento que o CD áudio ou CD-ROM (usado em computadores).