Imagine a seguinte situação. Sua empresa resolve patrocinar um clube de futebol. Nesse time joga aquele que é considerado um dos maiores jogadores do País. O que você acharia de ver a principal atração de seu parceiro fazendo publicidade para um de seus maiores concorrentes? Pois essa é a situação que a Panasonic, a gigante japonesa dos eletroeletrônicos, está vivendo. A empresa, que se orgulha de ser a líder mundial no mercado de pilhas e baterias, patrocina o Santos Futebol Clube (cerca de R$ 10 milhões por ano). Indiretamente, ajuda a pagar os salários de toda a equipe, inclusive do craque Robinho. Mas a multinacional parece ter levado mais um daqueles dribles desconcertantes do endiabrado camisa 7. O jogador foi convidado por Pelé para contracenar a seu lado num comercial da Rayovac, a principal rival da Panasonic no mercado. As filmagens tiveram como locação a Vila Belmiro, o estádio do Santos. Questionável do ponto de vista ético, no aspecto legal parece não haver problema. O clube garante que no contrato com a multinacional não há nenhuma cláusula que impeça ou estabeleça multas pela participação de seus atletas em anúncios da concorrência. Para o consultor Paulo Guerra, especialista em marketing esportivo, fatos como esse evidenciam que o futebol ainda engatinha fora das quatro linhas. Procurada por ISTOÉ, a Panasonic informou que o caso está sendo estudado pela diretoria da empresa, que analisa que medidas irá tomar.