É sempre assim. Depois de uma denúncia, muitos dos envolvidos começam a querer tirar o corpo fora. É o que vem acontecendo em Rondônia, onde deputados estaduais são acusados de vender votos em troca de apoio aos projetos do governador do Estado, Ivo Cassol (PSDB). O primeiro da turma do “eu não tenho nada a ver com isso” é o próprio presidente da comissão criada para apurar o caso, o deputado Leudo Buriti (PTB). Buriti é acusado por seu colega Ronilton Capixaba (PL) de ser um dos destinatários do dinheiro que seria pago pelos serviços prestados ao governo.

Questionado sobre a denúncia, Buriti emitiu a nota dos três não. Garante que não participou da negociata, não autorizou ninguém a negociar em seu nome e não pretende deixar a comissão. Foi seguido por alguns colegas de bancada. Os Chicos, o Doido e o Paraíba, e Marcos Donadon engrossam o coro do “não sei do que vocês estão falando”. Situação distinta vivem os parlamentares afastados por 30 dias de suas atividades, sem remuneração, para que a denúncia fosse investigada. São eles Capixaba, Amarildo de Almeida (PDT), Emílio Paulista (sem partido), João da Muleta (PMDB), Daniel Neri (PMDB), Kaka Mendonça (PTB) e Ellen Ruth (PP). Esta última soltou a frase que promete ser o símbolo do escândalo. Angustiada com a demora das negociações, na fita ela foi flagrada pedindo uma solução rápida para o caso. Porque, segundo ela, “Afinal, nós (os deputados) também somos seres humanos.”