Caio Blat e Claudia Mello estão em cartaz no Teatro Imprensa, em São Paulo, com o espetáculo Chorinho, peça escrita e dirigida por Fauzi Arap. Após três meses se apresentando num pequeno teatro de arena, que lotava todas as noites, eles adaptaram o espetáculo para o palco italiano. "Somos eu, o Caio, um banco e uma praça imaginária", diz Claudia, sobre a simplicidade da peça. A história de Chorinho parece uma resposta ao clássico samba gravado por João Gilberto Pra que discutir com madame? (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida). Em cena estão um morador de rua e uma senhora aposentada, uma madame, que discutem e vivem às turras até travarem amizade. O texto preciso de Arap é magistralmente interpretado. Claudia Mello e Caio Blat desenvolvem um diálogo ágil, delicado e emocionante, que leva o público do riso às lágrimas. As sete entradas da dupla no palco lembram a cadência do chorinho (que faz parte da trilha sonora do espetáculo) e o dueto nunca desafina. Afinação, por sinal, é o que não falta a Caio e Claudia, que cultivam a cumplicidade de que tanto precisam no palco – desde o camarim, que dividem por opção. "Preferimos ficar num mesmo espaço. Nosso aquecimento começa aqui, conversando sobre tudo", diz Caio.

FOGO, TRAPOS E MAQUIAGEM
Caio Blat prepara a fogueira que acende em cena para aquecê-lo. No camarim, figurino do mendigo e pote com base usada pela "madame", personagem de Claudia Mello (no alto)