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TRONO O principe Naruhito, a mulher e a filha, Aiko: seu sobrinho de um ano (no colo com sua mãe, Kiko) deverá ser o futuro imperador

 

O nascimento do bebê Hisahito, no ano passado, o primeiro varão na família imperial japonesa em 41 anos, solucionou, a princípio, a questão sucessória no Trono do Crisântemo. Até então, a saída mais cogitada era mudar a lei para permitir à princesa Aiko, filha única do príncipe herdeiro Naruhito, ascender ao poder. Mas, como ele é sobrinho e não descendente direto do futuro imperador, surgiu outro problema. O menino não será criado como um legítimo herdeiro da dinastia e por isso, entre os mais tradicionalistas, há quem defenda a esdrúxula idéia de que Naruhito adote o filho do irmão para que ele receba a educação adequada às suas funções no futuro – como já aconteceu no passado. Esta é mais uma prova de fogo para a realeza dos tempos modernos. Divórcios, uniões com plebeus, filhos fora do casamento, príncipes envolvidos em escândalo, ascensão feminina ao trono, são muitos os desafios da atualidade para os países onde há monarquia.

No Japão, onde a tradição tem força, o debate está lançado. A família imperial japonesa é a mais antiga e ininterrupta do mundo – já dura mais de 2.500 anos. Hisahito é o terceiro na linha de sucessão depois do tio e do pai. Seu status é diferente do que seria se fosse filho de Naruhito. Ele mora com os pais e as duas irmãs em uma unidade à parte do palácio onde vive o imperador. Os tradicionalistas dizem que, por isso, dificilmente ele terá uma criação aos moldes dos outros imperadores. "Como Hisahito poderá desempenhar o papel de imperador se terá de esperar quase 50 anos para se tornar príncipe herdeiro?", pergunta o professor Isao Tokoro, da Universitade de Kyoto Sangyo, defensor da adoção do menino.

Pelas normas do Palácio Imperial, Akishino, pai de Hisahito, tem direito a receber 3 milhões de ienes (R$ 46 mil) por ano para educar o filho. O valor não é alto para os padrões japoneses, ainda mais por se tratar do futuro herdeiro do trono. Mas o fundo da corte reforçará os custos da educação do príncipe bebê.

Antigamente, era fácil ter um descendente direto porque o imperador tinha concubinas. Ou seja, se o varão não nascia do casamento, era gerado por outras mulheres. Esta prática só acabou após a Segunda Guerra Mundial por determinação do imperador Hirohito, pai do imperador Akihito.

Hoje, os filhos fora do casamento continuam existindo, mas com poucas chances de chegar ao trono. O príncipe Albert, de Mônaco, 49 anos, solteirão convicto, é pai da jovem Jazmin Grimaldi, 15, de um romance relâmpago com uma americana, e de Alexandre Coste, quatro, do relacionamento com uma aeromoça africana. Ele só revelou a existência dos filhos após a morte de seu pai, o príncipe Ranier. Mesmo que Albert nunca se case e tenha filhos, nem Jazmin nem Alexandre poderão assumir o principado – pelo menos são herdeiros da fortuna estimada em R$ 2,6 bilhões. Na linha de sucessão está a princesa Caroline, seguida de seu primogênito, Andrea Casiraghi, 23 anos. Chegado a uma balada e de estilo largadão, Andrea passou o último Réveillon no Brasil com a namorada colombiana, Tatiana Santo Domingo.

A monarquia se modernizou no mundo a ponto de aceitar o divórcio com relativa tranqüilidade. Uma separação na realeza será sempre notícia, mas nada que abale os destinos de uma nação. A última, da infanta Helena, da Espanha, no mês passado, eclipsou o bate-boca entre o rei Juan Carlos e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Mas, como no mundo real nada parece muito normal, foi anunciado que a infanta e o economista Jaime de Marichalar vivem uma "separação temporária".

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A INFANTA Helena, da Espanha, anunciou sua separação; Harry (abaixo à dir.) gosta mais de farra que o irmão, William

A separação mais comentada da realeza até hoje foi a de Charles e Diana, em 1992.Aliás, dos quatro filhos da rainha Elizabeth, da Inglaterra, apenas um, o príncipe Edward, não se divorciou. Entre os herdeiros do trono inglês, é o caçula de Charles, Harry, 23 anos, terceiro na linha de sucessão, quem agita a corte. Ainda adolescente, admitiu que fumava maconha e bebia muito. Depois, foi flagrado usando a suástica, o símbolo nazista, fato pelo qual se desculpou. O jovem príncipe acaba de terminar um namoro de três anos e já caiu na farra. Dias atrás, em apenas três horas em uma casa noturna, ele e sua turma de amigos gastaram US$ 5,5 mil. Como é dura a vida da realeza.