TIME A Ecotec montou equipe para a travessia, que conta com mais dois carros

Há chocolate em barra, bombom e recheado. Com amêndoa, castanha e frutas secas. Antes de os chocólatras ficarem com água na boca, é preciso dizer que todo esse doce está sendo usado para fazer biocombustível. As delícias se transformaram em combustível por obra da empresa inglesa Ecotec. Para promover o produto, ela está patrocinando uma expedição, batizada de Biotruck, que cruzará o deserto do Saara a bordo de um caminhão Ford Iveco Cargo, de 1989. Movido a chocolate, claro. O objetivo da aventura é mostrar que qualquer veículo pode andar bem com essa solução inusitada. Além disso, os inventores querem chamar a atenção para a importância do biodiesel como opção menos poluente do que os combustíveis fósseis por emitir menos gás carbônico.

Comandada pelo experiente piloto de rali Andy Pad, a equipe tinha largada programada para a sexta-feira 23 na costa sul da Inglaterra rumo a Timbuktu, no Mali, com previsão de chegada em 14 de dezembro. O caminhão leva ainda duas caminhonetes 4×4 Land Cruises – que serão usadas no último trecho da viagem, abastecidas também com o biocombustível. Na reserva estão 1,5 mil litros do material produzido a partir de três mil quilos de chocolate. O doce foi comprado em uma fábrica e, se não fosse aproveitado, seria usado para alimentar animais ou jogado fora. No Reino Unido, há dezenas de empresas “caseiras” voltadas para a produção de biodiesel e não é raro encontrar postos que o vendem. Agora, a Ecotec quer popularizar sua invenção. Para isso, vende o biodiesel de chocolate por 91 centavos de libra o litro – cerca de 25 centavos a menos que o litro de combustível fóssil. Um incentivo para combater a poluição.

COMO É O NOVO BIODIESEL
Ele leva três ingredientes principais: óleo de cozinha, etanol e soda cáustica. Os dois primeiros são encontrados em lojas. Mas, como a idéia é fazer o biodiesel o mais verde possível, o óleo pode ser reaproveitado de qualquer cozinha (de preferência o utilizado após uma fritura) e o etanol fabricado no quintal. Pelo menos é o que defende a Ecotec. A soda cáustica é a única que tem de ser encomendada da indústria. A grande novidade está justamente na produção do etanol. A Ecotec descobriu uma maneira de transformar restos de chocolate no produto – um “segredo” disponível somente para quem quiser comprar equipamentos e fizer o treinamento disponibilizado pela empresa. Dessa forma, o etanol, presente em cerca de 25% da fórmula do produto final não precisa ser adquirido em petroquímicas.

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