É absolutamente justo que o presidente da República desfrute alguns dias de férias. Mas é fundamental que, ao deixar o Guarujá – no litoral paulista – e retornar a Brasília, Lula esteja efetivamente com a energia revigorada. Esses primeiros dias de 2007 têm insistido em contrariar a máxima de que o Brasil só começa a funcionar após o Carnaval. E, no que diz respeito à política, área que diretamente afeta o presidente, o País tem funcionado freneticamente. Esta edição de ISTOÉ traduz bem isso. A começar pela entrevista com a nova governadora do Rio Grande do Sul, publicada nas páginas vermelhas. Yeda Crusius deixa muito clara a disposição de recuperar o Estado, ainda que para isso não desfrute de feriados nem finais de semana. Contar com o presidente é essencial para a sua missão. Também é imperativo que o próprio Lula se ponha em campo para somar esforços com os novos governadores do Sudeste, que têm se reunido e iniciado ações conjuntas contra o crime organizado, cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros, que, na ausência do Estado, acabam aprovando ações também criminosas protagonizadas por grupos paramilitares. Isso está demonstrado na reportagem sobre as milícias que atuam nos morros cariocas.

E no Legislativo também não há nenhum clima de descanso. Embora seja importante para a democracia que o Executivo não interfira nos demais poderes, é recomendável que o presidente acompanhe de perto algumas movimentações ao redor da disputa pela presidência da Câmara. Pelo menos aquelas protagonizadas por seu partido. Afinal, no passado recente, assistimos a um filme semelhante e o que mais ficou comprometido foi a governabilidade. Na reportagem sobre a disputa no Parlamento, está claro que na busca dos votos de seus pares alguns deputados têm feito promessas e distribuído cargos em nome do presidente.


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