comp_joias_01.jpgO mercado erótico está cada vez mais luxuoso. Quem diria que um vibrador iria ganhar a assinatura do badalado arquiteto francês Philippe Starck ou uma versão criada pela mais célebre grife de cristais do mundo, a Swarovski? Na esteira dessa tendência de unir o sofisticado ao sensual, o brasileiro Alfredo Grosso criou uma coleção de pulseiras, colares, brincos e anéis com dupla função: adorno de corpo e acessório de prazer, como plugs, bolinhas tailandesas, algemas e coleiras. “São peças de salão e alcova”, resume ele, que mora na Itália há 15 anos e integra a seleção dos melhores designers nos livros Jóia contemporânea brasileira, de Renato Wagner, e The worlds top artists, de Claude Mazloum.

As peças, em ouro lixado, pérola, prata e brilhante, são elegantes. Podem também passar por inocentes criações, sem despertar fetiches ou fantasias. “Em determinados grupos funciona como um sinal, mas, para quem não conhece objetos eróticos, elas não serão mais do que jóias bonitas”, diz Grosso. “Quis fazer algo que pudesse ser usado sem constrangimento, nada muito evidente”, completa. A linha foi lançada no fim do ano passado na Itália e, segundo ele, teve ótima receptividade. “Muitas mulheres escolhiam as peças e depois os maridos compravam para dar de presente”, conta. Há colares polifuncionais: feitos de bolinhas de ouro e colar de fios de seda, eles podem ser usados também como cintos ou pulseiras de várias voltas.

comp_joias_02.jpgO designer teve a idéia após assinar um calendário em co-autoria com a mulher, Lúcia. Eles fotografaram 12 pessoas nuas em seus ambientes de trabalho, todos moradores da pequena cidade italiana Merano. “Isso começou em 2000 e deu um retorno tão favorável que resolvemos torná-lo anual e ligar defintivamente o meu nome ao erotismo refinado”, explica. O artista ficará três meses no Rio de Janeiro para ministrar o curso Jóias: da concepção ao uso, no Ateliê Mourão. Paralelamente, ele desenvolve uma linha erótica de jóias com silicone. “O design erótico e as peças polifuncionais estão fortes em Milão, Nova York,Londres e Paris, que já adotaram as lojas chiques conhecidas como sex boutiques”, diz o designer. “Fazer jóia é, antes de tudo, tocar o corpo do outro”, define ele. Se possível, com muita elegância.