A operadora Claro começa a oferecer esta semana no Brasil a conexão 5G para telefones celulares nos bairros nobres de São Paulo e Rio de Janeiro usando a rede existente, enquanto aguarda a licitação, prevista para 2021, para a instalação da quinta geração da internet móvel.

A operadora decidiu lançar esse serviço “com o adiamento do leilão”, disse à AFP Paulo César Teixeira, presidente-executivo da unidade de Consumo da Claro.

O leilão da quinta geração de tecnologia móvel (5G) seria realizado este ano no Brasil, um de seus principais mercados, mas foi adiado devido à pandemia de coronavírus.

A implantação desse sistema tornou-se um capítulo central na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, primeiro e segundo parceiro econômico do país sul-americano, respectivamente.

A iniciativa da Claro – do grupo América Móvil, controlado pelo milionário mexicano Carlos Slim – usará a tecnologia 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing) para oferecer “uma experiência 5G” aproveitando o atual espectro 4G.

Esse serviço, com tecnologia do grupo sueco Ericsson, permite uma conexão até doze vezes mais rápida que a da rede 4G atual, explica Teixeira, lembrando que, com o 5G instalado, a velocidade será muito maior.

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Por enquanto, estará disponível apenas nas áreas da Avenida Paulista e Jardins, em São Paulo, e em Ipanema, no Rio de Janeiro, e estará acessível apenas aos usuários com telefones que incorporam essa tecnologia.

A operadora escolheu essas áreas porque são as que apresentam o “maior tráfego de dados”. A ideia é ampliar para nove bairros de classe alta nas duas cidades nas próximas semanas.

Um serviço semelhante, também com tecnologia DSS, será oferecido a partir de setembro pela TIM, outra grande operadora no Brasil (subsidiária da Telecom Italia), em três cidades do Rio Grande do Sul (sul), Minas Gerais (sudeste) e Mato Grosso do Sul (centro-oeste).

Quando o leilão for realizado, o governo brasileiro terá que optar pela Huawei da China ou suas concorrentes, entre elas as europeias Ericsson e Nokia, apoiadas por Washington, que acusa a Huawei de praticar espionagem para o regime comunista de Pequim.

O dilema está presente em vários países da região e do mundo. O Reino Unido anunciou na terça-feira a exclusão da Huawei de sua rede 5G, alegando riscos à segurança do país. O grupo chinês lamentou uma decisão que chamou de “politizada” e “decepcionante”.

O 5G vai permitir conectar objetos domésticos, operações industriais, serviços urbanos e intervenções médicas.


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