Nesta quinta-feira, 4, a principal faixa do 5G começou a operar em São Paulo de acordo com a autorização concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável por acompanhar a limpeza de faixas para a ativação da tecnologia de quinta geração no Brasil. O 5G tem início na capital paulista depois de ter sido instalado em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. De acordo com a Anatel, a ativação ocorre devido ao número significativo de pedidos para a instalação de antenas 5G, superando o número previsto no edital que autorizou a utilização do serviço.

A internet 5G é a que comporta a versão “pura” da tecnologia, denominada “standalone” (SA), a qual fornece maior velocidade, com um nível muito baixo de resposta. É o sistema que irá revolucionar a indústria, ambientes de realidade virtual, telemedicina, carros autônomos, entre outras áreas.

Além desta versão, também é possível se conectar ao 5G “non-standalone” (NSA), que utiliza parte da infraestrutura do 4G e também fornece alta velocidade, embora com um tempo de resposta mais baixo. Esta faixa corresponde às expectativas de quem espera uma internet mais rápida do que a 4G. Na capital paulista, a cobertura do 5G será de 25% da área urbana de acordo com o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de interferência (Gaispi). A previsão para que o 5G opere em todo o Brasil está previsto para dezembro de 2029.
A maior concentração de antenas ocorrerá no centro histórico da capital, na região da Avenida Paulista e no Itaim Bibi. Enquanto que os bairros da Móoca, Aclimação e Brás terão uma cobertura menor do serviço de internet no início da operação.

A evolução na rede do 4G para o 5G se deve ao fato de que esta rede trará mais velocidade para baixar e enviar arquivos, abreviar o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e tornar as conexões de internet mais estáveis, permitindo desta forma conectar muitos objetos ao mesmo tempo, tais como: celular, carro, relógio e semáforo, com uma melhoria da conexão. Estas melhorias serão possíveis com a futura massificação da conexão 5G ‘’standalone” (SA), ou “autosuficiente”, em português.

A conexão 4G com uma excelente performance consegue chegar próximo de 100 Mbps, enquanto que o 5G atinge uma velocidade entre 1 e 10 Gbps, de acordo com Leonardo Capdeville, chefe de inovação tecnológica da TIM. “Se fizermos uma analogia com o mundo real, 100 vezes mais rápido é a diferença da velocidade entre um ciclista de alta performance e um caça de guerra”, disse Capdeville.

A primeira capital brasileira a receber a 5G em larga escala foi Brasília, no inicio de julho desse ano, inclusive com uma cobertura de 80%, melhor do que a de São Paulo, que nesse inicio terá somente 25%, o que é muito pouco. Inicialmente, o edital do leilão da quinta geração de internet móvel estava previsto para funcionar em 26 capitais do Brasil, além do Distrito Federal. Contudo, isto não ocorreu, gerando uma série de dúvidas entre os usuários.
Em setembro de 2021, o Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz afirmou que o 5G iria exigir muito mais antenas do que as previstas no edital do leilão para o início das atividades em julho deste ano, o que também acabou não acontecendo. “A implantação do 5G em julho de 2022 seria apenas para inglês ver, sem efeitos práticos para quase a totalidade da nossa população”, afirmou Cedraz à época.

Para se utilizar a tecnologia, contudo, o consumidor precisará ter um celular compatível com o 5G. Atualmente existem cerca de 70 modelos homologados, compatíveis com a tecnologia, segundo a Anatel. Com o decorrer do tempo, a tendência é que todos incorporem a tecnologia, assim como aconteceu com o 4G.