O engajamento político dará o tom da quarta edição da Festa Literária Internacional de Parati (Flip), que acontece da quarta-feira 9 ao domingo 13. Nas principais mesas de discussão – são 19 ao todo – estarão presentes escritores cujas obras são voltadas para as urgentes questões sociais do planeta. A começar pela estrela da programação deste ano, o paquistanês Tariq Ali. Considerado um dos mais ativos intelectuais de esquerda da Inglaterra, onde vive, Ali é também dramaturgo, cineasta e autor de livros como Confronto de fundamentalismos (2002) e Bush na Babilônia (2003). O escritor estará em Parati lançando A nova face do império (Ediouro) e Um sultão em Palermo (Record), suas mais recentes publicações.

Diretora de programação da Flip, Ruth Lanna afirma que o tom polêmico não foi buscado a priori. “Quando convidamos um escritor, não levamos em conta suas convicções, mas sim seu trabalho como romancista”, explica. “Mas ao reunirmos Fernando Gabeira e Christopher Hitchens na mesma mesa, temos consciência de que o papo inevitavelmente será sobre política”, conclui Ruth, referindo-se ao deputado brasileiro e ao jornalista britânico que vem ao País para lançar Amor, pobreza e guerra (Ediouro) e participar de um debate sobre a cobertura jornalística de guerras.

Outro destaque da Flip é a escritora americana Toni Morrison. Ganhadora do Nobel de Literatura, Toni é conhecida pelo ativismo em defesa dos direitos dos negros, e seu livro Amor, os cânticos de Salomão e Amada está entre as melhores obras de ficção americana dos últimos 25 anos. Paralelamente às atividades da Flip, acontece em Parati a “Flipinha”, uma versão infanto-juvenil do festival literário, que terá como tema as obras de Jorge Amado. Os livros do escritor baiano, que é também o homenageado do evento, serão indicados nas atividades culturais das escolas públicas da região ao longo do ano.