Chama-se sistema de transmissão de dados à curta distância (near-field Communication – NFC) a tecnologia que permite pagar contas através de telefone celular. Esses aparelhos já existem em alguns países – e em breve existirão também no Brasil. Imaginemos que o usuário de um celular dotado desse sistema tecnológico vá a um supermercado. Compras feitas, ele se dirige ao caixa, é informado sobre o valor da conta e aproxima então o seu aparelho de um sensor compatível ao NFC. É só escolher entre crédito ou débito, e pronto: o celular funciona como os cartões. Telefones já tocam música, acessam a internet, tiram fotos e nos proporcionam uma infinidade de divertimentos e utilidades no dia-a-dia. Pois bem: o celular começa a cumprir também a função de dinheiro, substituindo o chamado "dinheiro de plástico".

A Nokia foi a primeira fabricante a produzir, em escala comercial, celulares com chip adaptado a NFC – mas a Motorola, a Samsung e a LG já entraram nessa parada. Para que o celular substitua os cartões é necessário, no entanto, que as instituições financeiras se adaptem a essa tecnologia e estabeleçam parcerias com as operadoras. A Visa e a Mastercard desenvolveram seus sistemas de pagamento através de NFC (o PayWave e o PayPass, respectivamente) e a GSM Association, que representa no mundo cerca de 700 operadoras, criou uma espécie de clube (Pay-Buy-Mobile) para promover a aproximação entre marcas e instituições financeiras.

Em Cingapura e no Japão existem modelos desses celulares. Em Dallas, nos EUA, a Master- Card já realizou testes bem-sucedidos com a rede Seven Eleven. Mais: outros nove países da Europa e Ásia começaram a experimentar esse método ao longo de 2007, mas poucos apostam nele como a França: numa megaoperação ela envolveu três operadoras, três fabricantes e os seis maiores bancos do país – o sistema estará disponível em 2008. No Brasil, segundo o gerente na Nokia na área de Mobile Phone, Fernando Soares, "temos a tecnologia, mas não há ainda a adaptação". A MasterCard declara que não há previsão de testes, já a TIM assegura que está atenta e, "no momento oportuno, introduzirá essa tecnologia no mercado". Tudo leva a crer que será em breve, porém, por enquanto, o brasileiro que quiser trocar os cartões pelo celular terá de se valer do sistema M-Cash – de uso restrito. É mais demorado que o NFC porque demanda intermediário entre o cliente e a instituição financeira: na hora da compra o usuário informa o número de seu celular, recebe uma ligação de sua central e tem de digitar a senha para confirmar a transação. Como tempo é dinheiro, é o sistema NFC que tende a se consolidar.

DIVULGAÇÃO SISTEMA RÁPIDO
A tecnologia NFC permite que sejam transmitidos dados em distâncias de até 20 centímetros. Ela já é aplicada em controle de estoques, supermercados, sistemas de transporte público e controle de acesso. Algumas operadoras de cartões de crédito adaptaram-se: seus novos cartões vêm com chip que permite que o pagamento seja efetuado apenas aproximando-os de um sensor instalado no estabelecimento comercial. Essa tecnologia chega agora aos celulares.