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A arte às vezes sutil e sempre inovadora do design brasileiro conquistou no Exterior o que a Seleção Brasileira de 2006 prometeu e não cumpriu. Nomes como os de Carlos Motta, Irmãos Campana, Guto Índio da Costa, Sergio Rodrigues, entre outros, são respeitados e exportam para os principais centros consumidores do mundo sua criatividade e “brasilidade”. O design surpreendente destes criadores está em quase tudo – até nas latas acinturadas do leite condensado mais consumido no País –, mas a maioria das pessoas não se dá conta de sua presença. Quem se senta numa cadeira do designer Carlos Motta não quer levantar.

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É confortável e bonita, um dos trunfos do design brasileiro em países da Europa. Motta usa a cabeça brasileira na criação de produtos feitos com madeira de construção. Traduzir produtos do Exterior – aparentemente algo comum no mercado brasileiro – não é a praia desse surfista apaixonado pelo esporte e pelos móveis que saem de seu estúdio em São Paulo.
Caso de inovação de grande repercussão foi o de um equipamento simples criado no estúdio de Guto Índio da Costa, no Rio de Janeiro: o ventilador de teto Spirit. Premiado no Brasil e na Europa e elogiado até por uma revista japonesa, a Axis, o produto criou do zero uma nova empresa e uma nova marca, a Spirit, dona do ventilador de apenas duas palhetas. Na mesma constelação brilham os irmãos paulistas Humberto e Fernando Campana, rebeldes na escolha dos materiais e criadores de trabalhos vibrantes, coloridos e “cheios de brio”, como descreveu um curador do Design Museum de Londres. É deles a luminária Estela, escolhida para ser produzida pela empresa italiana Luce. As peças dos irmãos Campana estão representadas em importantes museus internacionais, entre eles o MoMA de Nova York.

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Difícil imaginar esse avanço sem o trabalho do designer e arquiteto carioca Sérgio Rodrigues, 73 anos. Ele virou verbete da Enciclopédia Delta Larousse, que o define como “o criador do móvel moderno brasileiro”. Em vários livros do mundo, foi citado pela criação da Poltrona Mole, com quatro pés, encosto de madeira e assento acolchoado, um marco na maneira de sentar confortavelmente. Apesar do primeiro prêmio do Concorso Internazionale Del Mobile, na Itália, o sucesso não veio antes da indiferença. “Foi um escândalo na época.” Ficou um ano sem vender uma peça.
Entendida inicialmente apenas por intelectuais e “pessoas da área da cultura”, a peça faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York. Um mestre que hoje tem seguidores à altura de sua importância.

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