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Esse filme Rodrigo Santoro já viu. Primeiro surge o convite para trabalhar em uma importante produção americana, depois estoura o burburinho no noticiário e, por fim, a polêmica: seu personagem tem participação grande ou pequena? Foi assim quando o ator participou em Hollywood de As Panteras – detonando. Dessa vez, Santoro é o centro das atenções graças ao convite para trabalhar em Lost, uma das séries televisivas de maior sucesso no mundo. “Minha participação está fechada, mas não assinei contrato ainda. É um acordo verbal”, diz o ator. A Rede Globo já aceitou liberá-lo temporariamente, mas ele ainda não sabe quando viaja para gravar e também não tem idéia de qual será o seu papel. “Eu realmente não tenho muitas informações sobre o personagem. Trabalhar dessa forma é uma novidade para mim”, diz Santoro. Ele soube apenas que, em meio às muitas nacionalidades representadas no seriado, deverá viver um brasileiro. Nada mais lhe foi passado. “Os produtores disseram que não sou o único do elenco a atuar sem conhecer sua própria história. Essa é uma maneira de deixar o ator vivendo o momento e bem lost (perdido)”, explica, rindo.

Santoro aparecerá em mais de um capítulo e sua permanência dependerá, provavelmente, da reação do público. O seriado, que vai entrar na terceira temporada, é um fenômeno da tevê mundial e chega a ter audiência de 27 milhões de telespectadores somente nos Estados Unidos. “Eu não sabia disso quando tive o primeiro encontro com os produtores”, afirma Santoro. “Não tinha idéia da visibilidade e da grande quantidade de fãs.” Desde que foi divulgada a sua participação em Lost, ele passou a ser freqüentemente abordado por aficionados cheios de teorias para resolver os mistérios da série. Antes do convite, o ator tinha assistido a apenas dois episódios. Depois de fechar sua participação, recebeu o material completo e gostou do que viu. “É bem dirigido, tem bons atores e de quebra é no Havaí”, diz. A imprensa americana dá como certo que Santoro viverá par romântico com a atriz Kiele Sanchez. Na revista TV Guide, os produtores Damon Lindelof e Carlton Cuse rasgaram elogios ao brasileiro, a quem compararam com Russell Crowe e Tom Cruise. O brasileiro esquiva-se das comparações. “É a opinião deles”, afirma.

Quanto a uma possível carreira internacional, ele prefere não fazer planos e diz seguir o instinto para evitar frustrações. Acha que fez a escolha certa ao não dar ouvidos a quem aconselhava sua mudança para o Exterior depois de As Panteras e assim alavancar seus contatos em Hollywood. “Não queria ter morrido sem fazer Hoje é dia de Maria, não iria me perdoar nunca”, diz, referindo-se à série global dirigida por Luiz Fernando Carvalho. A experiência em Lost, ele não sabe que tamanho será. Seus únicos planos são em relação às ondas. “Adoro surfar e já estou pensando em comprar por lá uma prancha para aproveitar o mar havaiano.”