SANTA MARTA, 10 NOV (ANSA) – Representantes de países da União Europeia e da América Latina reunidos na 4ª cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o bloco europeu, realizada nesta segunda-feira (10) em Santa Marta, na Colômbia, rejeitaram, em declaração conjunta, “a ameaça e o uso da força” no Caribe e no Pacífico em violação ao direito internacional, sem, no entanto, mencionar os Estados Unidos.
O documento, aprovado por 58 votos a 6, enfatizou a centralidade da segurança marítima e apelou ao respeito aos princípios da Organização das Nações Unidas (ONU), “desde a igualdade soberana dos Estados até a não interferência” em seus territórios, mas sem mencionar Washington.
Segundo a alta representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, uma referência explícita aos EUA teria impedido a concretização do acordo. Por essa razão, Venezuela e Nicarágua retiraram-se da assinatura do texto final.
Caracas, um dos alvos da suposta política americana de combate ao narcotráfico, a qual tem bombardeado embarcações em sua costa, havia enviado uma carta aos participantes da cúpula apelando por um “ato de firmeza” contra a “política sistemática de intervenção” do governo de Donald Trump.
Embora a Declaração de Santa Marta tenha reconhecido as preocupações dos presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e colombiano, Gustavo Petro, sobre a presença militar dos EUA na região, ela se resumiu a somente uma “advertência formal”.
Desde o início da “campanha antidrogas” de Trump, em meados do ano, mais de 60 pessoas foram mortas em ataques marítimos no Caribe e no Pacífico. Para o republicano, as ações são uma escalada necessária “para conter o fluxo de drogas” em direção ao país norte-americano. (ANSA).