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Comprar produtos inadequados em farmácias de manipulação é um temor que atinge médicos e pacientes. O risco de comprometer a saúde com um remédio ineficaz ou mal preparado existe de fato, mas tudo indica que ficará menor. A Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), que representa o setor, começa a implantar um sistema de monitoramento para garantir a qualidade dos medicamentos feitos nas farmácias de manipulação com os mesmos princípios ativos dos remédios industrializados. Os primeiros Estados a integrar o projeto são Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo.

O lançamento do sistema é mais uma medida para reforçar as normas de segurança já seguidas em alguns lugares. Existem no Brasil seis mil farmácias que manipulam remédios alopáticos, homeopáticos e fitoterápicos. Desde 2002 há uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com normas que vão do controle da matéria-prima à refrigeração do produto manipulado. O problema é a falta de fiscalização. Por isso, projetos que monitorem as farmácias são bem-vindos. O sistema irá padronizar procedimentos aplicados à farmácia magistral, como essas casas também são conhecidas. Além disso, a entidade fará auditorias para avaliar se os estabelecimentos estão cumprindo a legislação e as regras desse modelo de produção de remédios.

Antes, o controle dessas farmácias vinha sendo feito de forma regional. No Rio de Janeiro, há um programa de qualidade que identifica, com banners, os estabelecimentos que passaram pelo processo de adaptação, que dura um ano. Esses lugares têm direito ainda a usar um selo holográfico em seus produtos. “Participamos do programa em busca da melhor qualidade”, diz a farmacêutica Fernanda Braga, da Officilab. O trabalho foi também adotado em Minas Gerais e nos Estados do Sul do País.

A adesão gera um custo para os estabelecimentos, mas rende um poderoso atestado de confiabilidade dos medicamentos que pode significar negócios muito mais lucrativos. Em geral, o paciente conta com a recomendação do médico. “Vim pela indicação do doutor, mas saber que a farmácia participa de um programa de qualidade me tranqüiliza”, diz a funcionária pública Cátia Márcia Giglio, 53 anos. Ela foi a uma farmácia carioca comprar um remédio receitado por um endocrinologista. Animada ao saber que o lugar havia passado pelo programa, aproveitou para encomendar também o pedido de seu dermatologista. Para esse farmacêutico, o projeto já começou a se pagar.

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