A fórmula foi testada, e com sucesso, em Prova de amor, novela que deu a vice-liderança de audiência à Rede Record na faixa das 19 horas com picos de 25 pontos no Ibope. Agora, Bicho do mato, assim como a atração anterior, e se vale da linguagem e da estética rural. Só que desta vez a Record radicalizou. Escrita por Bosco Brasil e Cristianne Fridman, Bicho do mato bebe na fonte de Pantanal, folhetim produzido em 1990 pela extinta TV Manchete e que entrou para a história da teledramaturgia brasileira. Saída da imaginação de Benedito Ruy Barbosa, a trama ecológica de Pantanal fez a Manchete chegar à incrível marca dos 40 pontos. E foi reprisada duas vezes.

Somem-se os ingredientes da novela ecológica e atores conhecidos, e eis Bicho do mato: imagens da paisagem pantaneira, closes em sucuris, jacarés e tuiuiús, músicas regionais. Tem até Paulo Gorgulho, na pele de Alfredo, também com passagem pela Manchete e a dupla Sérgio Reis e Almir Sater (que voltou às paradas com um novo CD, Um violeiro toca, uma coletânea de seus maiores sucessos, em quarto lugar na lista dos mais vendidos). Só que agora os banhos de rio ficam por conta do ator André Bankoff que interpreta o protagonista Juba, uma mistura de Brad Pitt com Juma Marruá (a personagem de Cristiana Oliveira, em Pantanal). O ator, que na trama vive um caso amoroso com Cecília (Renata Domingues), uma estudante universitária da cidade grande, virou campeão de cartas na Record e suas cenas mais quentes põem fogo no Ibope – em média, 12 pontos quando ele aparece na tela. A sua história é inspirada, também, no folhetim Bicho do mato (de Chico de Assis e Renata Corrêa e Castro), exibido em 1972. Osmar Prado foi o protagonista dessa trama há mais de 30 anos, época em que a televisão não se permitia abusar da nudez – sobretudo a masculina.