Desde que alguém se propôs pela primeira vez a movimentar imagens e exibi-las publicamente, sensualidade e sexualidade têm lugar garantido
nas telas. E quem foi o pioneiro disso tudo? A resposta está em um criativo, minucioso, saboroso e mais que erótico site criado pelo americano Tom Dirk. Antes, bem antes de os irmãos Auguste e Louis Lumière serem considerados em 1896 os inventores do cinema com cenas de trens chegando a estações e operários saindo de fábricas, foi o fotógrafo inglês Eadweard Muybridge quem se consagrou com os bons resultados de imagens em movimento – e suas seqüências, isso em 1884, já exibiam mulheres e homens completamente nus.

Em seu filmsite.org, especificamente na seção Filmes Sexuais ou Eróticos, Tom Dirk atribui esse mérito a Muybridge. E, a partir dele, reúne uma das mais completas coletâneas da sexualidade no cinema. Nelas estão, por exemplo, o inconcluso Something’s got to give (1962), derradeiro trabalho de Marilyn Monroe no qual ela fez questão de filmar o esplendor de sua nudez, e O império dos sentidos (1976) que usou e abusou do sexo explícito. Tem também Michael Douglas.

E nada mais, nada menos, que Sharon Stone. Hoje com 62 anos, ele garante que não mais ficará nu nas telas. Mas adorou (e quem não adoraria?) fazer par com Sharon em Instinto selvagem (1992), obra celebrizada pela cena da cruzada de pernas da atriz. Depois desse casal e dessa nudez, muita gente se despiu para as câmeras e os olhos sedentos do público – Robert Redford e Demi Moore em Proposta indecente (1993), Antonio Banderas e Angelina Jolie em Pecado original (2001), só para citar duas obras consagradas pelo público.

O site não elege os melhores filmes, apenas os retrata em imagens e textos curtos – aliás, quem quer muito texto para ler em se tratando de ver Madonna em Corpo em evidência (1993)? Foi um marco de ousadia, mas, ainda assim, poucas atrizes chegaram tão longe quanto Monica Belucci, violentada em Irreversível (2002), ou Chloe Sevigny, que fez sexo oral com o namorado Vincent Gallo em The brown bunny (2004). O sexo explícito aparece também em filmes recentes como Batalha no céu (2005). Em relação aos anos 50, há pin-ups como Marilyn, Mamie Van Doren e Jane Mansfield. Salta-se para 2006 e depara-se com The notorious Bettie Page.

O

site

também encontrou sinais eróticos em

A pequena sereia

(1989) e em

Rei Leão

(1994). Brincadeira ou não, o fato é que um dos orgasmos mais famosos da história do cinema foi fingido, em um bar, pela personagem de Meg Ryan diante de um atônito Billy Crystal em

Feitos um para o outro

(1989). Quando termina, ofegante, ouve-se uma velhinha da mesa ao lado gritar: “Garçom, me traga a mesma coisa que você trouxe para ela!” Dirk, o pesquisador, faz assim um inventário que é um colírio, seja com a sexualidade debochada de Marlene Dietrich em

Anjo azul

(1930), seja com as hesitações da classe média em

De olhos bem fechados

(1999). A verdade, nua, é que se trata de um

site

para se ver de olhos bem abertos.