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Após a terminologia alter-modernismo ter sido cunhada pelo curador Nicolas Bourriaud para marcar seu posicionamento contra a padronização global da arte, na Trienal da Tate, de Londres, a Bienal do Whitney, de Nova York, pega a contramão ao lançar uma mostra baseada no que o curador italiano Francesco Bonami chama de self-modernismo. Apesar do novo conceito, essa edição não possui um tema e apenas o título de “2010 Whitney Biennial”, “já que bienais são eventos que ocorrem em um determinado momento do tempo”, diz o curador para a “Frieze Magazine”. A explicação para o self-modernismo estaria no que Bonami, que assinou a curadoria da bienal com o desconhecido jovem Gary Carrion- Murayari, aponta como a prevalência de trabalhos experimentais e intimistas que, em sua maioria, não  se conectam com uma arte política e inovadora.

A Bienal do Whitney completa 75 anos e incorpora à sua exposição um andar dedicado a trabalhos pertencentes ao acervo do museu, como as pinturas de Edward Hopper. A edição possui ainda um número menor de trabalhos: 56 obras, entre pinturas, vídeos e instalações. Há também a predominância de artistas mulheres. Mas a grande marca da maior e mais importante bienal de arte dos EUA é a de ser o panorama de uma arte genuinamente americana. Missão cada vez mais difícil, devido à globalização da produção artística e das culturas. A par dessa contradição, os curadores definiram que o que há de realmente americano sobre os Estados Unidos é o modo como suas narrativas multiculturais são mediadas. Um exemplo é o trabalho do artista Daniel McDonald (foto). O artista reinventa cenas bem-humoradas da cultura pop e da recente onda de recessão da economia, fato que também influenciou a escolha dos artistas para essa bienal.