Não sei se já aconteceu com você, mas já aconteceu comigo algumas vezes. Você entra em uma loja, ou liga para uma empresa, para resolver um problema ou devolver um produto, e na hora em que menciona que não está comprando algo, mas que na verdade busca satisfação, lhe dizem: desculpe, mas este não é meu departamento. Não sei como posso lhe ajudar.

Sempre achei curioso esse comportamento, e confesso que hoje as empresas, de uma forma geral, evoluíram muito. Já não tratam mais as pessoas como se estivessem pedindo que lhe entregassem a loja de presente. Em 2010, após quase dois anos equilibrando minha vida pessoal, decidi que quero me esforçar em ajudar mais o mundo me tornando uma pessoa mais “sustentável”.

Pesquisei muito, conversei mais um pouco e cheguei a uma conclusão: nossa geração vive como se este planeta não fosse nosso departamento.

Quando sugeri a algumas pessoas que tentassem, pelo menos parcialmente, mudar seus hábitos para reduzir o impacto ambiental, quase fui xingado. Algumas pessoas, inclusive, tentaram me convencer que a questão da sustentabilidade é na verdade um grande plano dos países desenvolvidos para impedir que os emergentes possam crescer! Que o aquecimento global nunca poderá ser provado e que fazemos pouca diferença individualmente e que isso é um papel do Governo. E algumas das pessoas que foram mais avessas à ideia de mudar foram as que mais reclamam do problema. Confesso que fiquei triste.

Mas não por ter recebido críticas com relação à iniciativa. Acredito que temos o direito de opinar e discordar de qualquer questão. Inclusive a sustentabilidade. O que me deixou triste foi ver que, enquanto muitos reclamam do problema, na hora em que podem fazer a diferença ficam muito parecidos com aquele atendente da loja. Consideram a questão “de outro departamento.”