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O primeiro cruzeiro gay zarpa do Rio dia 6: imagem de como será o condomínio GLS da Bahia, que fica pronto em março

Se há duas décadas os gays eram convidados a se retirar de estabelecimentos comerciais quando assumiam publicamente a orientação sexual, hoje, são paparicados por grandes empresas que perceberam neles um ótimo nicho de mercado. Em geral, formam casais sem filhos, de alto nível de escolaridade e poder aquisitivo, e não economizam quando o assunto é qualidade. Quanto mais os gays se assumem, mais serviços exclusivos são oferecidos para eles. No Brasil, além dos tradicionais bares e boates segmentados, a turma do arco-íris dispõe de lojas de roupa, salões de beleza, restaurantes, condomínios, academias, viagens turísticas, intercâmbio e cursos de idiomas.

No próximo dia 6, zarpa do Rio de Janeiro o primeiro cruzeiro gay com saída do Brasil. O navio Celebrity Infinity – um dos mais luxuosos no circuito – chega no dia 15 de fevereiro a Buenos Aires, com paradas em Búzios, Santos, Porto Belo, Florianópolis, Punta del Este e Montevidéu. A G Travel Online, empresa que organiza o cruzeiro, ainda oferece o primeiro intercâmbio gay do Brasil, uma opção para os adolescentes. Os alunos podem optar por escolas na África do Sul, Estados Unidos e Argentina.

Em março, está prevista a inauguração do primeiro condomínio gay da Bahia na praia de Arembepe, um dos destinos preferidos do público GLS. A divulgação ocorreu apenas em sites e revistas especializadas e o slogan é sugestivo: o metro quadrado menos quadrado da Bahia. A procura foi intensa. Já foram vendidos 47 dos 68 apartamentos, que custam, em média, R$ 145 mil. "O litoral norte da Bahia é um grande atrativo para o público gay. O local é lindíssimo", comenta o radialista Rui Botelho, que comprou um dos imóveis. Os proprietários dispõem de sala de cinema, academia, sauna, piscina, ofurô e espaço gourmet.

Outra novidade é a entrada da AussieBum, consagrada marca australiana de roupas para homossexuais, no mercado brasileiro. A loja, com vendas online no País desde janeiro, oferece cuecas com estampas diferenciadas, simulando pele de animais, e com suporte. Essas prometem fazer pelos homens o que os sutiãs com enchimento fazem pelas mulheres – melhorar a auto-estima.

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Apesar das novidades, o Brasil ainda não ocupa uma posição de destaque na oferta de serviços GLS no mundo. Na América Latina, o Rio de Janeiro, que já foi o destino preferido dos homossexuais, perdeu a posição para Buenos Aires, a cidade mais gay-friendly da região. "Comparando com a Europa, os Estados Unidos e a Argentina, estamos uns 20 anos atrasados, com um foco limitado em bares, boates e viagens", avalia Franco Reinaudo, presidente da Associação Brasileira de Turismo GLS.

R$ 75 bilhões por ano é o potencial de consumo dos 9,4 milhões de homossexuais economicamente ativos no Brasil
Fonte: Abrat GLS

Segundo ele, para fazer este mercado crescer, o País precisa entender a diversidade dentro do público GLS e se livrar dos estereótipos. "Além disso, é preciso um posicionamento das metrópoles brasileiras como cidades gay-friendly. É uma garantia de que o turista terá respaldo governamental em casos de preconceito e violência", acrescenta. É uma tendência que se consolida mundo afora. Em dezembro, o Uruguai legalizou a união civil entre homossexuais e, na semana passada, foi inaugurado na Alemanha o primeiro asilo gay da Europa. Resta ao Brasil correr na disputa pelo mercado GLS.

RELAX
Primeiro hotel cincoestrelas para gays da cidade

Buenos Aires, terra do arco-íris
No ano passado, Buenos Aires mostrou como quer investir forte no público GLS. Em agosto, foi lançado o friendly-card, cartão de crédito para turistas que oferece descontos em bares, boates e restaurantes, assistência médica e jurídica, além de um telefone celular durante a estadia. Dois meses depois, foi inaugurado o Axel Hotels, o primeiro cinco-estrelas para homossexuais na América Latina. "É muito bom poder assumir um relacionamento Buenos Aires, terra do arco-íris num hotel de qualidade, sem receber olhares diferentes ao pedir uma cama de casal", comenta o dentista R.D. Lá, o público gay mais sofisticado ainda conta com uma loja de vinhos própria – a primeira do gênero no mundo. Fazendo jus à tradição, o país de Maradona realizou no ano passado a primeira Copa do Mundo Gay de Futebol na América do Sul


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