Uma pesquisa realizada com mais de 15 mil norte-americanos aponta para um aumento do número de adultos nos Estados Unidos que se identificam como LGBTQ. De acordo com o levantamento da Gallup realizado em 2020, 5,6% dos entrevistados com mais de 18 anos afirmaram pertencer a essa comunidade. As informações são do jornal USA Today.

O número representa aumento de um ponto percentual em relação à última pesquisa realizada em 2017, na qual 4,5% dos adultos se identificaram como LGBTQ. Conforme o editor sênior do Gallup, Jeff Jones, os dados representam uma trajetória ascendente contínua desde que o instituto começou a rastrear a identificação em 2012.

“Isso reflete o que estamos vendo na sociedade e a forma como a sociedade está mudando”, disse ele ao USA Today. Ainda segundo a pesquisa, o percentual de pessoas que se identificam como LGBTQ é maior entre adultos da Geração Z. Uma em cada seis pessoas (15,9%) entre 18 a 23 anos afirmam pertencer à comunidade. O percentual vai diminuindo conforme a idade vai aumentando.

Entre os adultos LGBTQ, a maioria (54,6%) se identifica como bissexuais. Cerca de um quarto (24,5%) se identifica como gays; 11,7% como lésbica; 11,3% como transexuais.

Existem diferenças de gênero também:

• As mulheres têm maior probabilidade do que os homens de se identificarem como LGBTQ (6,4% contra 4,9%).

• As mulheres também são mais propensas a se identificarem como bissexuais do que os homens (4,3% contra 1,8%).

Mudanças geracionais

Para Ineke Mushovic, diretora executiva do “Movement Advancement Project”, os números da pesquisa são reflexos das “mudanças geracionais na conscientização e aceitação” que remodelaram a forma como os jovens LGBTQ são acolhidos por familiares e amigos.

“Tenho conversado com muitas pessoas LGBTQ mais velhas que caem no choro quando contam suas histórias de revelação de décadas atrás – histórias de partir o coração de rejeição familiar, perda de pais, perda de irmãos, perda de empregos”, disse ela ao USA Today. “As gerações mais velhas cresceram durante a época em que ser LGBTQ podia levar você para a prisão, ficar sozinho ou sem emprego.”

“As gerações mais jovens não experimentaram este nível de medo em que, frequentemente, estar no armário parecia menos uma escolha e mais um mecanismo de sobrevivência. Os pais criaram ambientes onde os jovens não apenas se sentem seguros ao se assumirem – mas aqueles que estão à beira da idade adulta podem mapear futuros repletos de possibilidades, algo nunca visto até uma geração atrás”, afirmou Ineke.