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A redescoberta do prazer masculino: urologista fala sobre três dos principais problemas sexuais entre os homens e explica os tratamentos atuais

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Ejaculação precoce: dr. Marcelo Wroclawski explica quais são as razões para o problema que pode atingir de 15 a 20% dos brasileiros

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APOIO
Alan já falhou na hora H e contou com a compreensão da parceira. Agora, com a namorada Arielle,
tem a mesma relação de honestidade e cumplicidade

Entre os maiores fantasmas a assombrar a mente masculina está o medo do fracasso na cama. Como explicar à parceira, aos amigos e a si mesmo que falhou na hora H, foi rápido demais na ejaculação ou que simplesmente perdeu o desejo? Difícil, é preciso admitir. Em especial em um país como o Brasil, onde é imensa a cobrança por um desempenho sexual impecável. No entanto, uma ciência robusta, calcada em estudos sólidos sobre o corpo e o comportamento humanos em relação ao sexo, promete tornar esse sofrimento cada vez menor. Ao redor do mundo, espalham-se experimentos destinados a aprimorar o que já existe ou a descobrir novos caminhos para que o homem reencontre o prazer sexual. E, para felicidade de todos, homens e mulheres, grande parte deles com bons resultados. A atenção maior dos cientistas con­centra-se em formular saídas para a disfunção erétil, o nome médico da impotência. A razão é simples. Estima-se que nada menos do que metade dos homens entre 40 e 70 anos sofra de algum grau de dificuldade de ereção em determinado momento. Hoje, todos desfrutam de opções eficazes. As mais conhecidas são as drogas Viagra, do laboratório Pfizer, Levitra, da GlaxoSmithKline, e Cialis, da Eli Lilly. Mais recentemente, os brasileiros ganharam a primeira medicação nacional para a disfunção: o Helleva, do laboratório Cristália. “É mais uma opção, que ajuda a democratizar o acesso ao prazer”, diz Ogari Pacheco, presidente do Cristália.

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Esses remédios são indicados para homens com problemas orgânicos não muito graves, mas que atrapalham o mecanismo da ereção. Basicamente, ela é a resposta do pênis a um estímulo sexual. Iniciado no cérebro, que determina as reações ao estímulo, o processo termina com uma abundante irrigação sanguínea no pênis e seu entumescimento. Quando há algo errado – seja nos nervos por onde passam os sinais enviados pelo cérebro, seja nos vasos sanguíneos, por exemplo –, não há ereção ou ela não é boa o suficiente para o ato sexual. Incentivada pelas vendas fantásticas desta classe de drogas – no Brasil, está entre as dez mais vendidas –, a indústria farmacêutica prepara o lançamento de mais opções. A Pfizer estuda a possibilidade de lançar um genérico do Viagra cuja patente no Brasil termina em junho do ano que vem. Na Ásia, a empresa Dong-A Pharmaceutical está encerrando os testes com o udenafil, droga que, diferentemente das disponíveis, deve ser tomada uma vez ao dia. Nos EUA, o laboratório Vivus divulgou, há um mês, os bons resultados que obteve com outra medicação, o avanafil. O remédio atuaria 15 minutos depois de ingerido, o que seria mais rápido do que os disponíveis no mercado. “Talvez isto ocorra porque, aparentemente, a droga circula no corpo por menos tempo, permanecendo ativa por cerca de seis horas”, afirma o urologista Marcelo Wroclawski, de São Paulo. “Mas sobre esta droga foram relatados os mesmos efeitos adversos causados por outras da mesma classe. Entre eles, dor de cabeça e congestão nasal.” Ainda no campo dos medicamentos, na semana passada a empresa Global Health Ventures anunciou que iniciará os estudos da droga X-Excite em humanos. Trata-se de um comprimido sublingual que, segundo a companhia, age em cinco minutos e tem duração de quatro horas. Outros caminhos – longe dos remédios – também estão sendo abertos. No Brasil, acaba de chegar um modelo mais moderno de prótese peniana inflável – indicado para casos mais graves. Entre outras características está a facilidade na sua manipulação.

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ESTUDO
Troncone investiga veneno de aranha contra impotência

“Com apenas um toque o paciente pode deixá-la flácida”, explica o urologista Celso Gromatzky, de São Paulo, responsável pela implantação de uma das duas próteses do modelo colocadas até agora no País. “Antes, o homem precisava ficar acionando continuamente uma trava até a flacidez completa.” Além disso, a prótese aumenta de comprimento e de diâmetro à medida que a rigidez ocorre, o que torna o processo mais semelhante ao mecanismo normal de ereção. Em Israel, pesquisadores da Rambam Medical Center avaliam uma estratégia inusitada: a aplicação, no pênis, por alguns minutos, de choques elétricos leves. A ideia é de que a energia melhoraria o funcionamento dos vasos sanguíneos que irrigam o órgão, facilitando a ereção. “Este método funciona em pequenos vasos do coração”, explicou Yoram Vardi, coordenador do experimento. “Imaginamos que poderia funcionar também no pênis.” A técnica foi testada em 20 homens com disfunção moderada a severa.

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Segundo os cientistas, 15 deles manifestaram melhora na qualidade da ereção até seis meses depois das aplicações – feitas duas vezes, durante três semanas. No Albert Einstein College of Medicine Yeshiva University (EUA), os cientistas apostam em um creme com nanopartículas – partículas um bilhão de vezes menor do que um metro e que penetram profundamente na pele. No caso do produto em desenvolvimento, elas contêm óxido nítrico, substância que relaxa os vasos sanguíneos, permitindo melhor irrigação na região. A maioria das cobaias apresentou boas respostas. “E elas ocorreram em minutos, que é o que as pessoas esperam de um tratamento”, disse à ISTOÉ Kelvin Davies, um dos coordenadores do trabalho.

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PARTE 2


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