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Trailer de "Ilha do medo"

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Trailer de "O aviador"

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Trailer de "Os infiltrados"

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Trailer de "Gangues de Nova York"

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DESAFIO
O ator Leonardo DiCaprio interpreta o detetive Teddy Daniels (foto) em um dos papéis mais difíceis de sua carreira:
“Foi difícil me libertar do personagem”

Grandes cineastas sempre elegem seus atores-fetiche. Alfred Hitchcock, por exemplo, realizou algumas de suas maiores obras-primas com James Stewart. Federico Fellini descobriu, já no final da vida, que seu cinema tinha a cara de Marcello Mastroianni. Durante mais de 20 anos, o diretor americano Martin Scorsese criou papéis especialmente para Robert De Niro, com quem fez oito trabalhos. Parceria esgotada, inaugurou um novo ciclo com o astro Leonardo DiCaprio, que protagoniza a sua mais nova produção, “Ilha do Medo”, com estreia prevista no Brasil para a sexta-feira 12. Pode-se fazer restrições a esse thriller de Scorsese, passado nos anos 1950 e moldado nos clássicos dessa época. Uma delas é de que se trata de um brilhante exercício de estilo sem muita verossimilhança e que isso seria um sintoma do esgotamento de seu cinema. Nada a ver, portanto, com a atuação de DiCaprio, convincente no papel do protagonista da história, um detetive do FBI às voltas com o desaparecimento de uma criminosa. Ele impede que o maneirismo do cineasta torne-se um fim em si.

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LIÇÕES DO MESTRE
Martin Scorsese (em pé, à dir.) quis que o elenco assistisse a diversos filmes clássicos dos anos 50

Essa é a quarta parceria do astro com Scorsese. Com “Ilha do Medo”, DiCaprio conquistou a maior bilheteria de sua carreira no primeiro fim de semana de exibição: US$ 40,2 milhões. Com certeza, isso fez valer o sofrimento que deve ter passado nas mãos do diretor. DiCaprio diz que sempre consegue se libertar dos personagens, mas que isso era impossível no caso do investigador Teddy Daniels. A observação, típica de atores que querem ser levados a sério, faz sentido. O enredo de “Ilha do Medo” lembra um pesadelo. Num suspense alucinante, a cada nova cena nada mais é o que parece – e essas reviravoltas tornam mesmo difícil manter uma unidade de atuação. A tal ilha do título resume-se a um pedaço de rocha inóspita e escarpada, banhada por um mar gelado e cinzento. Nela funciona um hospital psiquiátrico especial: seus pacientes são criminosos – e muito perigosos. Acompanhado do detetive Chuck Aule (Mark Ruffalo), Daniels chega para investigar o desaparecimento de uma mulher que enlouquecera depois de matar seus quatro filhos afogados. A recepção não poderia ser mais calorosa: um furacão ameaça varrer o lugar.

A sensação de paranoia é onipresente, tanto no ambiente militarizado quanto no uso de métodos psiquiátricos de intervenção cerebral, com seus agressivos psicotrópicos e suas técnicas de lavagem cerebral. Afinal, estamos em plena Guerra Fria, império da teoria da conspiração. Ex-combatente na Segunda Guerra e testemunha dos campos de concentração, Daniels carrega outros traumas, como a frequente lembrança de sua mulher morta. Passa a desconfiar de que existe algo de errado naquele lugar, especialmente diante da equipe sinistra de psiquiatras (Ben Kingsley e Max Von Sydow interpretam dois deles). Como o herói de “Um Corpo que Cai”, de Hitchcock, ele começa a achar que está louco. E o espectador, enganado o tempo todo, delicia-se com as mesmas dúvidas. 

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