A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, se encontrou hoje, por 40 minutos, com os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), no Congresso Nacional. Ela deixou a reunião direto para o Palácio do Itamaraty, onde se encontrará com o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. Na pauta, estão temas como mudança do clima, promoção da igualdade racial, negociações na Organização Mundial de Comércio (OMC), cooperação trilateral com o Haiti e com países africanos e reforma da Organização das Nações Unidas (ONU). A secretária ainda tem agendado para hoje encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República, também participará do encontro.

Com o presidente brasileiro, ela irá discutir o programa nuclear no Irã. O governo norte-americano defende novas sanções internacionais contra o Irã por duvidar dos objetivos pacíficos do programa nuclear do país, enquanto o governo brasileiro insiste na via da negociação. Na segunda-feira, durante passagem pela Argentina, Hillary afirmou que quer se assegurar de que o Lula "compreende a preocupação mundial com o Irã".

"Foi constatado que o Irã está violando as determinações da Agência Internacional de Energia Atômica e do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)", disse. "Esse será um tema abordado pelo Conselho de Segurança, então quero me assegurar de que (o presidente Lula) tem a mesma compreensão que nós temos sobre como esse assunto vai se desenrolar."

Eles também devem conversar sobre o processo de compra de caças brasileiros para a Força Aérea Brasileira (FAB). Na decisão do Planalto, que está sendo aguardada para o final deste mês, o F-18 Super Hornet norte-americano está disputando com o Rafale francês e o Gripen sueco. Durante o encontro, a secretária norte-americana também tentará reverter a "falta de confiança" que o Brasil tem em relação aos norte-americanos e que deixou o país em posição desfavorável na disputa pela compra dos caças que equiparão a FAB pelos próximos 30 anos.

Porém, o governo brasileiro já manifestou por diversas vezes a sua preferência pela parceria estratégica com a França. E o ministro da Defesa, Nelson Jobim, em várias entrevistas, fez críticas diretas à proposta norte-americana, dizendo que os "precedentes" dos EUA de transferência de tecnologia "não são bons". Na decisão do Planalto, que está sendo aguardada para o final deste mês, o F-18 Super Hornet norte-americano está disputando com o Rafale francês e o Gripen sueco.

Do Brasil, a secretária de Estado seguirá para Costa Rica e Guatemala.

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