Televisão

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O vestido Versace era curto e decotado –nenhuma novidade portanto, pois esse sempre foi o estilo de Vera Fischer. O que surpreendeu foi o seu comportamento na festa de lançamento da novela Caminho das Índias, na semana passada. Vera foi embora do Parque Lage, no Rio de Janeiro, antes mesmo da apresentação das primeiras cenas da nova trama da Rede Globo, que marca a sua volta ao horário nobre. A ex-miss Brasil já não é mais tão festeira quanto antes. Aos 57 anos está mais reservada. “Não sou de sair muito à noite, exceto quando são compromissos profissionais”, diz ela. Seu ex-marido Perry Salles confirma os novos hábitos: “Vera se preocupa em dormir cedo para acordar cedo e estar bem nas gravações. Está tão animada que parece uma novata.” O retorno é, na verdade, o fim de uma geladeira na Globo. Embora amigos afirmem que a atriz se afastou para se dedicar ao teatro, à literatura e à pintura, a verdade é que seu nome não era cotado para formação de elenco fixo desde O clone, em 2001, de Glória Perez, também autora da atual Caminho das Índias.

Linda e convincente no papel da mulher que faz Caco Ciocler (Murilo) cair de amores, Vera será Chiara, não por acaso a dona de uma clínica de estética. Ela vai se revelar uma pessoa extremamente ciumenta e que recorre a livros de autoajuda para resolver questões amorosas. “É um papel divertido, e a Vera está lhe emprestando muita leveza”, diz Tânia Khalil, que interpreta Duda, amiga de Chiara. “Ela tem se mostrado parceira e acolhedora. Está me ensinando bastante.” Antes de iniciar a rotina de gravações, Vera fez dieta, perdendo seis quilos em um mês. O endocrinologista carioca Alberto Serfaty, que cuida de suas formas há mais de uma década, conta que nos últimos dois meses a atriz esteve todos os dias em sua clínica para tratamento no rosto e no corpo. “Não deixou de ser um laboratório também, já que ela viverá na novela a dona de uma clínica de beleza”, diz Serfaty. “Vera é a paciente que todo médico gosta de ter. É muito determinada. Sua idade cronológica é 57 anos, mas o seu organismo parece ter 48.” E é com essa idade, de 48, que ela costuma se postar diante das câmeras, como aconteceu na mais recente aparição pública, com as pernas e as costas de fora. Definitivamente, Vera não aparenta a idade que tem. “Me gosto mais a cada ano que passa”, diz ela.

Admirador confesso da atriz, para quem criou um ótimo papel, o escritor Manoel Carlos comemora seu retorno à telinha: “O público ama essa mulher batalhadora, linda e cheia de talento que é sempre uma festa para os olhos e o coração. Se vamos ter sua presença em casa de novo, sorte nossa.” Foi o autor paulista quem, de fato, tirou Vera do ostracismo ao escolhê-la como protagonista da telenovela Laços de família, sucesso da programação da Globo em 2000. Seis anos antes, a atriz fora afastada de Pátria minha, de Gilberto Braga, por indisciplina. Quando não faltava, atrasava-se para as gravações, o que teria levado seus colegas a reclamar com a direção da emissora. Capítulos precisaram ser reescritos e sua personagem acabou sendo morta em um incêndio. Isso aconteceu durante um dos períodos mais tumultuados da vida de Vera, então casada com o ator Felipe Camargo – de quem se separou de forma litigiosa. Na mesma época, foi internada mais de uma vez em clínicas para dependentes químicos e perdeu definitivamente a guarda de seu filho com Camargo, Gabriel, hoje com 16 anos.

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NOVOS HÁBITOS
Vera agora dorme cedo.
Não se demorou nem na festa
do lançamento da nova novela

Atualmente, Vera e Camargo se dizem amigos. A relação com os filhos Gabriel e Rafaela – ela, 29 anos, fruto da sua união com Perry Salles – também é muito boa. Essa versão “Verinha paz e amor” foi conseguida graças à sua dedicação às artes plásticas. Todo o seu tempo livre é passado no sítio em Pedra de Guaratiba, no Rio, onde estão guardadas mais de 100 telas de sua autoria – e que já fizeram parte de uma exposição há dois anos. “É a minha segunda profissão”, costuma dizer. Em busca de sossego, abriu mão do celular. Deu o último aparelho ao filho, Gabriel e avisou que não quer ser encontrada com facilidade pelas pessoas. “Não é fácil falar com Vera. Mas quando deixo recado ela retorna rapidamente”, diz a promoter Liège Monteiro, assessora e amiga da atriz. Para a alegria de seus fãs, nos próximos meses Vera Fischer estará bem disponível. Pelo menos na tevê.

PRESSÃO POR AUDIÊNCIA
 
Juliana Paes
Para recuperar a audiência da novela das oito, que não chega aos 60 pontos desde Páginas da vida (2006), de Manoel Carlos, a Rede Globo não economizou na produção de Caminho das Índias. Embora não divulgue o valor do investimento, a emissora mandou parte da equipe ao país asiático e construiu três cidades cenográficas, duas delas reproduzindo paisagens indianas. Nesse cenário se desenrolará a paixão proibida entre dois jovens de castas diferentes, interpretados por Juliana Paes e Márcio Garcia .

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Márcio Garcia
O sucesso de outras tramas interculturais de Glória Perez justifica o gasto. Comparações com O clone, de 2001, telenovela que ultrapassou os 60 pontos e também explorou o exotismo, são rejeitadas pela escritora: “A única semelhança é o trabalho com culturas opostas à nossa.” Outra marca do estilo de Glória são as campanhas sociais nas novelas. Dessa vez, será pelos doentes mentais. Bruno Gagliasso interpreta Tarso, rapaz que não resiste à pressão dos pais e acaba esquizofrênico. “Os doentes mentais são vistos como incapazes. Quero contribuir para que o preconceito acabe”, diz a autora.

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