GAZETA DO POVO

PROTESTO Depois do enterro, manifestação contra violência

Estudante de educação física na Universidade Norte do Paraná (Unopar), Amanda Rossi, 22 anos, sempre foi apaixonada pela música e adorava dançar. As amigas de classe a tratavam como uma jovem caseira, que não tinha o hábito de sair à noite a não ser para dar aulas de catequese duas ou três vezes por semana. No sábado 27, Amanda estava feliz. Ela ajudou a organizar e participava de um festival de dança no ginásio de esportes do campus da universidade, em Londrina (PR). Por volta das 23 horas, Amanda atendeu a uma ligação em seu celular e disse a duas amigas que daria uma rápida saída. Ninguém mais a viu. Seu corpo foi encontrado pelo zelador na manhã da segunda-feira 29, jogado na sala de máquinas da piscina no interior do campus universitário. Coube a Cíntia Santos, 32 anos, o papel de reconhecer o corpo da prima. “Jamais esquecerei do que vi. O rosto da Amanda estava bastante machucado e havia um ferimento enorme em sua cabeça”, diz Cíntia. Médicos do IML constataram que, além dos ferimentos, a estudante foi estrangulada. Só em 30 dias, porém, é que poderá ser determinada a exata causa da morte de Amanda. Os legistas também não sabem ainda precisar o que teria provocado o ferimento na cabeça da estudante. Pode ter sido uma queda, uma paulada ou até mesmo um tiro. O assassinato de Amanda espalhou revolta pela cidade de Londrina e transformou o campus da Unopar no cenário de um mistério a ser desvendado.

ARQUIVO PESSOAL

PACATA Amanda gostava de dança, não saía à noite e dava aulas de catequese

“Minha filha já não sofre, mas outras mães poderão vir a passar o que estou passando”, advertiu Maria Francisca Rossi minutos depois de enterrar a filha na terça-feira 30, quando houve uma manifestação contra a violência em Londrina. A advertência faz sentido, pois a morte da estudante está repleta de dúvidas. A princípio, a polícia trabalha com a possibilidade de ela ter sido morta por algum ladrão, pois tanto seu celular como sua bolsa desapareceram. O problema é que o assassino, ladrão ou não, estava no interior de um campus universitário todo controlado por câmeras que aparentemente nada registraram. Além disso, segundo a reitora Elizabeth Bueno Laffranchi, todos os seguranças estavam trabalhando na universidade. Ou seja, Amanda desapareceu e foi reencontrada morta no próprio campus. “Não vou sossegar enquanto esse caso não estiver absolutamente resolvido”, promete a reitora. Certamente também não ficarão sossegados os alunos e seus familiares até que o mistério se esclareça.

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