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COMITIVA O anúncio da Copa foi acompanhado por 12 governadores

Depois de uma campanha de 12 anos movida por governantes, cartolas e esportistas, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, confirmou na terça-feira 30, em Zurique, o Brasil como país-sede da Copa de 2014. Passada a euforia pela conquista, é hora de encarar com firmeza os desafios que virão pela frente. A tarefa é duríssima. Para que a organização do torneio seja um sucesso, será preciso fazer várias obras monumentais, como a construção de quatro estádios, além de melhorar a infra-estrutura de transportes – em especial, nos aeroportos – e, desafio dos desafios, garantir a segurança pública. O custo anunciado para o evento, de US$ 6 bilhões, deverá crescer bastante. Presente à solenidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que está confiante. “A Fifa pode estar certa de que faremos o dever de casa e em 2014 teremos um Mundial para argentino nenhum botar defeito”, declarou, provocando os eternos rivais.

É bom cumprir a promessa. Nos planos de melhoria da infra-estrutura de transportes estão previstas muitas ousadias. Como a criação do trem-bala que fará a ligação entre Rio e São Paulo e a construção da ferrovia Transnordestina. Até mesmo a finalização de Angra 3 e das usinas do complexo do Rio Madeira foram incluídas pelo governo em um plano de esforço para evitar um apagão durante o evento. “É preciso criar o PAC da Copa”, defende Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia. “Mas a maior parte dos investimentos deve sair da iniciativa privada”, defendeu. A partir de agora, o País terá que se modernizar, organizar e equipar em todas as áreas, principalmente nos Estados em que haverá disputas.

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O presidente Lula, com a taça Fifa, diz que fará o dever de casa

A julgar pela quantidade de políticos presentes em Zurique, não faltará torcida. Além do presidente, dois ministros, 12 governadores e dezenas de assessores presenciaram a escolha da sede da Copa. José Serra (SP), Jaques Wagner (BA), Eduardo Campos (PE) e José Roberto Arruda (DF) disseram ter viajado por conta própria. Os governadores Eduardo Braga (AM) e Ana Júlia (PA) alegaram que a CBF pagou suas despesas. A entidade, no entanto, nega. Quanto aos demais, ainda não se sabe. Na cerimônia, Romário e Dunga representaram os esportistas, mas a ausência de Pelé foi muito comentada. O ex-jogador negou que o motivo seja inimizade com o presidente da CBF. Tampouco confirmou que a razão seria incompatibilidade comercial: Pelé é garoto- propaganda da Mastercard, enquanto a Copa é patrocinada pela Visa.