Depois de estrelar por um ano a montagem brasileira de “Rei Leão”, em São Paulo, Marcel Octavio está protagonizando desde setembro a versão espanhola do musical. O espetáculo já está em cartaz ininterruptamente há 14 anos em Madri e terá o ator carioca dando vida ao personagem Scar, a princípio, pelos próximos 12 meses.
Em paralelo, Marcel Octavio pode ser ouvido fazendo dublagens em diversas produções, como nos filmes “Branca de Neve” e “As Marvels” e nas séries “Echo” e “Star Wars: Skeleton Crew”. Todos para a Disney+. E no anime “Bocchi the Rock”, do estúdio CloverWorks.
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Com 37 anos de idade e 18 de carreira, seu último trabalho nos palcos brasileiros foi como protagonista de “Tom Jobim, o Musical”, interpretando o músico carioca em temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Marcel Octavio já integrou o elenco de dezenas de grandes musicais, tendo recebido o Prêmio DID de Melhor Ator 2020/21 por seu trabalho em “Assassinato para Dois”. Em seu currículo ainda constam os espetáculos “Gabriela”, ‘Hair”, ‘Shrek’, ‘Rock in Rio”, “Cassia Eller”, “Ney Matogrosso – Homem com H”, “Annie”, “Beatles num céu de diamantes”, “Os Produtores”, “Kiss me, Kate – O beijo da megera”, “Donna Summer”, “Rocky Horror Show”, que lhe rendeu indicação ao prêmio Bibi Ferreira 2017 como ator coadjuvante e no infantil “Mas por que?!?”, no qual também foi indicado como melhor ator coadjuvante pelo prêmio CBTIJ de teatro para crianças 2015.
Ator e cantor, Marcel estreou no audiovisual na novela “Tempo de Amar” (2017), na Globo. Depois, fez participação no mesmo canal em “O tempo não para” (2018) e na série “Desalma” (2020), do Globoplay. O carioca esteve ainda no elenco de “Gênesis” (2021), da Record, e no filme “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood” (2017).
Professor de canto e cineasta formado pela PUC-Rio, o artista também estudou na Stella Adler School of Arts, em Nova York, e toca piano, acordeon e violão.
Marido da também atriz Mariana Grandi e pai de Davi, de 4 anos, o artista falou em bate-papo para IstoÉ Gente sobre o desafio de atuar nos palcos espanhóis e de se mudar com a família para outro continente.
Você é o protagonista da montagem espanhola do musical “Rei leão”. Como surgiu a oportunidade de começar essa carreira internacional? E como tem sido a vida em Madri desde que se mudou com a família?
Antes mesmo de fazer o Scar no Brasil, eu já conhecia o musical do ‘Rei Leão’ e sempre admirei a forma teatral de contar essa história tão inspiradora. Depois que terminamos a temporada em 2024, fiquei com a sensação de que eu ainda podia continuar contando essa história. Em março desse ano eu soube que eles estavam procurando por um novo Scar em Madrid e nos falamos. No início, os espanhóis ficaram em dúvida por conta da língua, mas em maio pediram pra me ouvir. Praticamos por uma semana e daí veio o convite para estrear essa nova temporada aqui em Madri. Viver aqui tem sido um sonho, nos adaptamos bem à cidade e em setembro Davi entra na escola aqui. Enquanto isso eu estou ensaiando muito e quando não tenho trabalho aproveito pra ‘turistar’ um pouco!
Você já fez dezenas de musicais no Brasil, sendo considerado um veterano. Como é ser um novato na Espanha? E o que percebeu já de diferente do marcado nos dois países?
Além dos quilos extras de excesso de bagagem, eu trouxe também na mala a minha experiência. Já fiz esse projeto antes e sei que estou aqui hoje porque abri essa porta através do meu trabalho. Ainda não sei o que pensar do mercado daqui, só estou ensaiando muito, mas posso dizer que, para explorar esse novo mercado, foi essencial saber falar outra língua. Um brasileiro que sabe espanhol já triplica de tamanho o mercado que ele pode explorar, seja aqui na Espanha, seja na Argentina ou México, só para citar os maiores mercados espanhóis.
Nos últimos meses, vimos filmes e artistas do audiovisual nacional sendo premiados pelo mundo. Como é pra você um ator que está levando a arte brasileira para os palcos estrangeiros?
É uma honra imensa me apresentar fora do país num projeto tão conhecido. Acredito que sempre tivemos no Brasil grandes atores com qualidade inegável e espero poder contribuir com esse reconhecimento.
Além de atuar em musicais, você também faz muito trabalho de dublagens. Já chegou a ser reconhecido por conta da voz? E como é fazer esse trabalho que usa muito do improviso, já que nem sempre o dublador sabe da cena antes? E quais os desafios desse tipo de trabalho?
Já reconheceram minha voz, isso é engraçado porque entre a gravação e o lançamento dos filmes, passa-se um tempo, então já vieram me falar de um desenho que dublei meses antes! Dublar não está separado de atuar, só é diferente, eu preciso expressar as emoções através somente da voz. Me coloco no lugar de quem estou dublando, assisto algumas vezes a cena e já gravamos. O improviso vem através da prática e do treino, mas realmente durante as gravações não temos muito tempo pra improviso. Normalmente eu gravo com meu diretor e meu editor num estúdio fechado somente o meu texto, nos concentramos muito em fazer as falas soarem verdadeiras em outra língua, quando conseguimos isso, eu sei que fiz um bom trabalho.
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