MURILLO CONSTANTINO/AG. ISTOÉ

Modelos chegam ao camarim para serem maquiadas, penteadas e produzidas. A trilha sonora é colocada no ponto, a passarela recebe ajustes e a iluminação é testada. Tudo isso entre o vaivém de convidados, jornalistas e penetras. Ter acesso ao backstage de uma sala de desfile é entrar em um turbilhão. A meia hora que antecede a apresentação de uma coleção em uma semana de moda é o momento mais tenso do processo criativo. Nada pode sair errado nos poucos minutos em que os holofotes estão voltados para a passarela. Para que tudo funcione conforme o script, as grifes têm o auxílio do stylist – profissional cada vez mais reverenciado. Conhecido como produtor até a década de 90, ele hoje é um criador de imagem. Sua função é dar personalidade à grife para a qual trabalha, seja durante o processo de desenvolvimento da coleção – opinando em peças, sugerindo produtos, criando acessórios -, seja em campanhas publicitárias ou nos desfiles. Nesse caso, escolhe modelos, maquiagem e cabelo. "O stylist surge quando a grife passa a se preocupar mais com a imagem do que com o produto", diz Cristiane Mesquita, coordenadora do curso de pós-graduação em criação de imagem e styling de moda do Senac.

ANDRÉ PORTO/AG. ISTOÉ

CRIAÇÃO Daniel Ueda (ao lado) e Luis Fiod trabalham
a imagem das marcas do Fashion Rio e da SP Fashion Week

Para atuar como stylist é preciso experiência, garante Daniel Ueda, um dos profissionais mais atuantes do País. "Não basta ter uma boa agenda, é preciso conhecer profundamente o assunto", completa. Nascido na cidade paulista de Dracena, ele mudou- se para São Paulo em 1995 para cursar faculdade de moda. Logo nos primeiros meses, conseguiu um estágio como assistente de produção na revista Vogue, onde ficou por três anos.

Começou a trabalhar em desfiles em 2002 e rapidamente teve o talento detectado – só nesta temporada assina o styling de cinco grifes no Fashion Rio e quatro na São Paulo Fashion Week.

Um dos sócios da agência Mint, Luis Fiod atua como diretor criativo e stylist. Foi ele quem lançou grifes, como Raya de Goye, e reposicionou outras no mercado, caso da Animale. Ao mesmo tempo que Ueda é conhecido por sua linguagem jovem, Fiod é reverenciado por criar uma imagem sofisticada e contemporânea. "As grifes para a qual trabalho têm alguma coisa da Mint, mas aos poucos essas características passam a ser delas e nós nos tornamos mais invisíveis", diz Fiod. O talento desses profissionais tem sido cada vez mais necessário nesse fervilhante mercado fashion.