A cartilha do Planalto
Não caiu bem no Ministério da Fazenda a informação de que o presidente Lula pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se mantenha calado sobre os rumos da economia. A assessoria da Fazenda esclarece que o que o Planalto não quer são divergências em público. Tanto assim que na manhã de segunda-feira 16 Lula reuniu-se por dez minutos, na Bovespa, com Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e determinou que os dois afinem o discurso. A opinião oficial é a seguinte: o combate à inflação é essencial, mas sem prejudicar o crescimento. Mantega pode falar à vontade, mas desde que reze pela cartilha do Planalto.

Experiência
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, não crê que a alta das taxas de juros possa aumentar os níveis de inadimplência. Para quem se preocupa com isso, ele traz na ponta da língua uma frase do dono das Casas Bahia, Samuel Klein: "Os consumidores mais pobres são bons pagadores."

Inferno astral
A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), vive dias de cão. Não bastasse a prisão de seu filho Lauro pela PF, o comandante da PM, coronel Marcondes Pinheiro, foi acusado de usar dinheiro público para comprar passagens aéreas no Carnaval de 2007.

Ato falho?
No domingo 15, o vicegovernador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), recebeu vaias na convenção do DEM ao chamar o prefeito Gilberto Kassab de Geraldo Kassab. Assessores de Goldman garantem que não foi um equívoco. Foi proposital. Homem de partido, ele não está satisfeito com a disputa entre Alckmin e Kassab.

Voltas da vida
Quem saiu em defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no caso Bejani foi o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Em seu blog, classificou de "ridículo" o vídeo, apreendido pela PF, em que Dirceu é citado pelo prefeito de Juiz de Fora. "Ser citado, mesmo que por bandidos, não é crime", diz ele.

O céu é o limite
Os agentes da PF reclamam que a aprovação da PEC 549 instituirá nova espécie de "trem da alegria" no serviço público. Proporcionará um aumento salarial efetivo, em muitos casos, de mais de 300% aos delegados, e criará nova casta no serviço público, com prerrogativas similares às do Ministério Público

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ COM PAULO SKAF, presidente da FIESP

 
ISTOÉ – O sr. crê que a CSS será aprovada pelo Senado?
Skaf – Não. O Senado vai manter a coerência e o respeito pela vontade da sociedade. Afinal de contas, os senadores já rejeitaram a CPMF.

ISTOÉ – É preciso um imposto só para a Saúde?
Skaf – Não. A Saúde já tem recursos específicos na Emenda 29. Além disso, o governo federal tem excesso de arrecadação.

ISTOÉ – O sr. acredita na queda da carga tributária?
Skaf – O Brasil não suporta mais a criação de impostos. Resta acreditar que o governo controlará seus gastos.

 
Aliança difícil
Está difícil o PT convencer o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) a abandonar a disputa pela prefeitura paulistana para apoiar Marta Suplicy. Ele ficou irritado quando a pré-candidata esnobou sua pretensão de ser o vice dela. A direção nacional petista faz pressão agora para que Alessandro Molon retire sua candidatura no Rio e apóie Jandira Feghali em troca do apoio dos comunistas ao PT em São Paulo. "Se Aldo insistir, espera-se que o PCdoB baixe o centralismo democrático", brinca um dirigente petista.

Cartel de farmácias
O Cade voltou sua bateria contra o que acontece com as farmácias no Nordeste. Sindicatos de farmácias da região impedem na Justiça que redes do Sudeste entrem em seus mercados, acirrando a concorrência. Argumentam que elas fariam "dumping" para "tornarem-se monopolistas". Para o Cade, a acusação é infundada. No Ceará, as novas farmácias nem sequer têm 4% do mercado. Na verdade, luta-se contra preços mais baratos e quem sofre são os consumidores. O Cade vai recorrer ao STJ e ao STF.

Brasília al mare
No final da década de 50, a argentina Mercedes Urquiza, que se tornou uma das pioneiras de Brasília, ciceroneou uma equipe da National Geographic que registrou a construção da nova capital. Mais tarde, Mercedes recebeu as fotos originais. Agora, elas farão parte de uma exposição que correrá o mundo a bordo do navio Brasil, da Marinha. Serão exibidas nos portos, ao lado de fotos atuais de Ruy Faquini. A exposição começa por Xangai no mês que vem.

Sem mudança
O Ministério da Previdência esclarece: a idéia do Sistema Único não existe dentro do governo e seria necessária uma nova reforma da Previdência para isso – o que não está em discussão. Também não está em discussão qualquer aumento no teto do RGPS, hoje fixado em R$ 3.038,99.

Oferta inédita
O grupo americano Wal- Mart vai investir R$ 1,2 bilhão no Nordeste. A nova rede de varejo será voltada para consumidores de classe média baixa. Como atrativo, será prestado um serviço semelhante ao "hora certa", com atendimento médico, expedição de documentos, sala de treinamento e inclusão digital.

Pela igualdade
Pela primeira vez em Minas Gerais, uma mulher pode integrar o Tribunal de Justiça Militar. Na lista tríplice em poder do governador Aécio Neves estão os advogados Eduardo Machado Costa, Fernando José Armando Ribeiro e a defensora pública Silvana Lourenço Lobo, a favorita.

RÁPIDAS
O governo bateu o martelo. Em julho, vai lançar o Plano Nacional de Dragagens, para melhorar a infraestrutura dos principais portos do País. A expectativa é de que o programa seja executado no início de 2009.
Os grevistas do Tesouro Federal pedem equiparação salarial com a Receita e 100 comissionados puseram o cargo à disposição. Eles administram a conta única da União, que movimenta R$ 15 bilhões/ dia. Há risco de atrasarem os salários do Legislativo e do Judiciário.
Clélia Brandão Craveiro foi eleita presidente do Conselho Nacional de Educação. Goiana de 58 anos, ex-presidente da Câmara de Educação Básica, ela quer aprofundar o diálogo com os conselhos municipais e estaduais.
A previsão é do secretário- executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado: a inflação continuará em alta até agosto. Depois vai ceder e fechará o ano em torno de 5,5%, ou seja, dentro da meta.

 
RETRATO FALADO
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) lidera a luta contra a proposta de dividir os royalties de petróleo do Rio de Janeiro com outros Estados. "Só se mudarem a Constituição", afirma, em nome da bancada fluminense. "Você pode no máximo discutir, dentro do Estado, melhores critérios de utilização." O senador atribui a discussão a um "jogo político de gente que quer apresentar projetos".

"O Rio não vai perder. O Rio não pode viver sem os royalties"