A serra da Mantiqueira, o Rio Preto e a pequena cidade de Passa Vinte, no interior de Minas Gerais, serviram de inspiração para o publicitário paulista Flávio Rezende criar a trama do livro Mary Jô Jô e o Capitão Pirilampo (Fina Flor Editora). Dirigida ao público infanto-juvenil, a história reúne num paraíso ecológico, cercado pela Mata Atlântica, a menina Mary Jô Jô e uma fauna diversificada de bichinhos, entre eles o macaquinho Trec Trec, o sapo Gueri-Glu, a maritaca Taritás e o preguiçoso capitão Pirilampo. Mary Jô Jô mora no sítio Devaneio com três cachorros labradores e vive mágicas aventuras com os animais da mata. O enredo lembra os contos de fadas ao contrapor à alegria e à inocência infantis um mundo sombrio, de forças obscuras – no caso, a Mata Espinhuda da Fumaça, onde mora a Bruxa do Cipó Seco.

Preocupado com as questões ambientais, o autor constrói uma fábula moderna jogando com ambivalência entre a poluição e o desmatamento, tendo como pano de fundo as terríveis ações da bruxa má. A arma que vence tudo isso são as brincadeiras de criança: pular corda e jogar amarelinha, cujo desenho é feito no chão com o uso de um lápis mágico. Foi justamente da observação da sensibilidade infantil que surgiu essa bela fábula, ilustrada com aquarelas de Suzana Gasparian. “Esse livro é um exercício de conversa com a minha filha”, explica Rezende, que teve a idéia de mergulhar no universo infanto-juvenil enquanto contava histórias para a filha Mariana, hoje com 11 anos. A edição tem um formato maior, com 44 centímetros de comprimento e 29 de largura. “Esse tamanho permite que a criança tenha uma visão abrangente e se divirta mais”, diz ele. E também dá mais destaque para a bela e delicada ilustração de Suzana Gasparian.