Não há vagas no STF
Continua a tramitar na Câmara o projeto que eleva de 70 para 75 anos a idade máxima de ministros de tribunais superiores. Temendo que o limite seja alongado, candidatos ao STF rezam pela abertura imediata de vagas. Tanto assim que um desabafo do ministro Joaquim Barbosa foi transformado em fato consumado. Ao reclamar de dores nas costas, ele disse que, assim, terá dificuldade em participar das sessões plenárias. Foi o bastante para se concluir que está prestes a pedir sua aposentadoria. Pura precipitação. Primeiro ministro negro do STF, o ilustre mineiro de Paracatu tem apenas 53 anos e não está disposto a deixar a toga. 
 

Pé no freio
O presidente do BC, Henrique Meirelles, aposta suas fichas na alta dos juros para matar a inflação pela raiz. Concorda que parte do problema está no preço dos alimentos. Mas prevê que a subida dos juros vai desaquecer a demanda. No máximo, dentro de seis a nove meses.

Chicago x Rio
O ministro do Esporte, Orlando Silva, reconhece que Chicago é a favorita na disputa para sediar a Olimpíada de 2016. Mas ele acha que o Rio, que ficou atrás de Chicago, Madri e Tóquio na escolha dos finalistas, ainda tem chance. Para o segundo turno, o jogo está zerado, explica o ministro.

Disciplinado
Oministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, fez críticas à iniciativa de recriar a CPMF. Disse que traria prejuízo à iniciativa privada. Pareceu rebeldia, mas não foi. Ele entendeu que não havia posição oficial a respeito do tema. Depois que Lula defendeu o novo imposto, o ministro calou-se.

Direitos humanos
Membro da Comissão de Ética Pública, o advogado Roberto Caldas tomará posse na Costa Rica como juiz ad hoc da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Ele vai investir em dois casos: a escuta ilegal feita pela PM do Paraná e a morte do sem-terra Sétimo Garibaldi, no mesmo Estado.

Voz do povo
Com sua decisão de rever o ato do Tribunal de Justiça de Alagoas que afastou da Assembléia Legislativa 14 deputados estaduais, o ministro Eros Grau, do STF, comprou uma briga feia com a opinião pública daquele Estado. Sua caixa de e-mail ficou entupida na quarta-feira 11, com mensagens de protesto.

 

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ COM FÁBIO BARRETO, diretor do filme Lula, o filho de Lindu
 
ISTOÉ – Por que fazer o filme sobre Lula?
Fábio – A história dele, o nascimento dele, esse homem que bebe água junto com gado numa cacimba na caatinga do Nordeste.

ISTOÉ – Vocês vão pedir incentivos fiscais?
Fábio – Não vai ter um tostão de incentivo fiscal. A gente não acha ético colocar dinheiro público em filme sobre o presidente da República.

ISTOÉ – Como será o financiamento?
Fábio – Dinheiro privado. Empresários vão investir no filme, que será lançado em agosto de 2009. Só falta o ator para fazer o Lula.
 

Não tô nem aí
Comandante militar da Amazônia, o general Augusto Heleno garante que não deu grande importância ao fato de ter sido impedido pelo Comando do Exército de participar de debate na OAB sobre a internacionalização da Amazônia. "O convite nem chegou a mim", explicou o general a um amigo. "Sou comandante militar da Amazônia, não sou palestrante." Heleno acredita que já deu seu recado ao qualificar de caótica a política indigenista do governo. E silencia sobre sua possível remoção do cargo.

Risco de radiação
O Ministério Público do Trabalho pediu à direção da Radiobrás um levantamento sobre casos de câncer em funcionários da estatal nos últimos dez anos. Laudo técnico feito a pedido do Sindicato dos Radialistas do DF descobriu que problemas de manutenção provocaram um vazamento de radiação nos equipamentos da rádio. O vazamento pode provocar problemas de saúde. Por decisão judicial, desde o ano passado a Radiobrás paga adicional de insalubridade aos servidores.

Coisa pública
O governo do Distrito Federal esclarece que realizou, em março, licitação para a escolha da empresa que administra os cartões de abastecimento da frota oficial. O vencedor foi o Auto Posto Millenium e o combustível passou a ser cobrado de acordo com o índice semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os 32 postos que pertenciam ao GDF foram desativados e seus funcionários remanejados para outras funções. Nos próximos dias, começará a venda dos imóveis.

A contrapartida
O presidente Lula avisou ao PT que o Ministério da Previdência é do partido, mas em troca de uma fatura salgada. O ministro José Pimentel foi encarregado de rever o direito de greve no serviço público e de adotar a equivalência do sistema de previdência dos funcionários públicos com o INSS.

Eis a fórmula
O governo já tem a fórmula para aprovar o sistema único da Previdência. A idéia é cortar benesses do servidor público, que se aposenta com o salário quase integral, e transferir parte desse dinheiro para aumentar o teto daqueles que recebem do INSS.

Tesouro furado
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, busca recursos para reajustar os salários de sua equipe. Os servidores cruzaram os braços na quinta-feira 12, exigindo aumento de 30%. A greve comprometeu as operações de crédito de Estados e municípios e o pagamento da dívida pública.

RÁPIDAS
 
Acendeu a luz vermelha em relação ao preço do arroz. Segundo o Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco, apesar do aumento da produção, estimase um déficit de um milhão de toneladas e os estoques públicos são os mais baixos dos últimos quatro anos.
Em dois meses de campanha, os Correios arrecadaram mais de 30 toneladas de donativos para cerca de 750 mil pessoas afetadas pelas enchentes no Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A música mais tocada na greve dos oficiais de chancelaria do Itamaraty foi Por debaixo dos panos, de Ney Matogrosso. "O que a gente faz/É por debaixo dos panos/ Pra ninguém saber." É um hit do movimento.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, retirouse do plenário da Câmara minutos antes da votação do projeto que recriou a CPMF. Sorte dele que o projeto foi aprovado por apenas dois votos. Que susto!
 

RETRATO FALADO 
Por quatro votos a três, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que políticos que respondem a processo criminal podem concorrer às eleições de outubro. Presidente do TSE, o ministro Carlos Ayres de Britto foi voto vencido. Ao lamentar a decisão, disse que vai continuar a luta pelos princípios constitucionais da ética e da moralidade. Mas advertiu que os eleitores devem escolher candidatos de ficha limpa.

"Os juízes agora serão os eleitores. Caberá a eles aprovar ou não os candidatos"