5 práticas que podem melhorar sua saúde mental

mulher sorrindo
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Em um planeta onde cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com algum problema de saúde mental, um suicídio acontece a cada 40 segundos. É o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS), em levantamento divulgado em 2019. E apesar de os transtornos mentais requererem tratamento e acompanhamento médico diligentes, algumas estratégias simples de autocuidado podem beneficiar seu bem-estar mental e afastar sentimentos negativos.

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À IstoÉ, Renato Silva, médico especializado em bipolaridade e depressão formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com residência em psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), elucida o conceito de saúde mental: “Trata-se de um estado de bem-estar que possibilita que o indivíduo consiga lidar com os estresses da vida, desenvolver suas habilidades, suas potencialidades, aprender e trabalhar bem e conseguir contribuir para a comunidade. Saúde mental não é só a ausência de um transtorno mental, é um conceito muito mais amplo de bem-estar.”

Ou seja, mesmo quem não apresenta diagnóstico de transtornos pode sofrer com uma saúde mental pouco fortalecida. Portanto, pode ser valioso conferir dicas de especialistas e saber como cuidar melhor de sua saúde mental para além do Setembro Amarelo

5 práticas que podem melhorar sua saúde mental

1 — Contato com a natureza

mulher sentada em uma floresta, saúde mental
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De acordo com um estudo publicado no periódico “Science Advances”, o contato com a natureza pode aumentar a felicidade e o bem-estar, prover maior capacidade de gerenciamento de tarefas cotidianas, melhorar a função cognitiva, a imaginação, a criatividade e até mesmo trazer “um senso de significado e propósito na vida”.

A experiência também está associada à melhora do sono e à redução do estresse, o que, consequentemente, diminui os riscos de doenças como depressão e ansiedade

Renato lembra, ainda, que a falta de exposição à natureza pode ter impactos negativos em sua saúde física. Isso porque ela é importante para manter a qualidade do ar, por exemplo. 

Para quem vive em grandes cidades, o médico ressalta que os benefícios do contato com a natureza para a saúde mental também se estendem a gramados, jardins e parques. “Se você vive em ambientes internos, é possível incorporar a natureza ao cotidiano tentando frequentar parques e praças ou até mesmo ambientes com jardins e ruas arborizadas”, sugere.

2 — Alimentação

mulher comendo, saúde mental
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Segundo a nutricionista Marianne Fazzi, o cérebro humano “precisa receber os alimentos certos para que se mantenha ativo e funcional”. Ela explica que alguns problemas de saúde mental estão relacionados à baixa produção de certos hormônios, o que pode ter ligação direta com a alimentação.

Consequentemente, uma alimentação pouco saudável pode trazer prejuízos à saúde mental. Como exemplo, Marianne cita a disbiose intestinal — condição causada pelo excesso de alimentos ultraprocessados e falta de fibras e de água — que tem grande impacto em transtornos como ansiedade e depressão. 

Segundo ela, os alimentos ideais para se consumir na busca por uma saúde mental fortalecida são aqueles que contenham nutrientes como ômega 3, vitaminas D e B, probióticos e prebióticos. 

Com a saúde mental fragilizada, é possível que a vontade de se alimentar de forma pouco saudável aumente. Isso acontece por conta do sistema de recompensa do cérebro: “Se a pessoa não tem prazer em nenhum lugar, ela direciona para a comida, que tem efeito de prazer imediato”, explica a nutricionista.

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Para quebrar o ciclo, seguir as orientações fornecidas durante o acompanhamento de profissionais da saúde mental e alimentar é essencial. 

3 — Exercícios físicos

mulher fazendo exercícios físicos, saúde mental
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Os exercícios físicos trazem inúmeros benefícios à saúde física e mental. Renato explica que uma das razões pelas quais a prática pode fortalecer o bem-estar mental é porque ela tem a capacidade de regular neurotransmissores como dopamina e serotonina.

“Estudos mostram que uma caminhada rápida, por cerca de 30 minutos ou mais, três vezes por semana, já pode melhorar de forma significativa sintomas de depressão e ansiedade”, garante o médico, indicando que o exercício não precisa ser intenso para trazer benefícios.

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4 — Meditação

mulher meditando ao ar livre, saúde mental
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De acordo com um estudo publicado pelo periódico “Frontiers in Human Neuroscience”, a meditação pode ter um efeito positivo duradouro na parte do cérebro que processa emoções. 

Para a especialista em meditação e instrutora na Meditação São Paulo, Bruna Wolfmann, os sintomas de algumas doenças podem ser amenizados por meio da prática. Isso porque ela pode eliminar pensamentos negativos, melhorando a circulação de energia no corpo e reduzindo malefícios causados por transtornos mentais.

E as vantagens da atividade são atestadas por praticantes como a advogada Maria Vitória do Nascimento Barbosa, que relata: “Sempre fui muito ansiosa e insegura, e também tive crises de depressão durante minha vida. Quando comecei a praticar meditação, com o método simples que me foi ensinado, consegui perceber quais eram os meus principais gatilhos para a ansiedade, insegurança e depressão, e consigo meditar nesses momentos.”

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5 — Acompanhamento psicológico

mulher em consultório com psicóloga, saúde mental
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Quando se trata de fortalecer a saúde mental, o mais óbvio pode ser o mais eficiente: a terapia com psicólogo(a).

A orientação da psicóloga clínica e neuropsicóloga Roberta Faria é que a paciente procure sobre as abordagens da psicologia para que entenda como cada profissional atua e como a ajudará em seu desenvolvimento. Como abordagens mais comuns, ela cita: Psicanálise, Humanismo, Fenomenologia, Psicologia Corporal, Behaviorismo e Psicoterapia Cognitiva Comportamental.

É importante ressaltar, ainda, que o tratamento com psicólogo(a) não deve ser limitado às pessoas diagnosticadas com transtornos mentais. “[A terapia] Pode atuar não só na prevenção de uma possível psicopatologia, mas também em auxiliar com outras demandas, como autoconhecimento, melhor manejo de estresse, regulação emocional, alterar comportamentos que podem trazer prejuízos, entre outras possibilidades”, pontua Renato.

Quando o assunto é autoconhecimento, Roberta complementa, relatando que a psicologia pode ensinar pacientes a identificar gatilhos para emoções negativas como raiva, fúria e estresse, bem como “desenvolver novas formas de pensar e de agir diante do que lhe desperta fragilidade, medo e insegurança”. O acompanhamento psicológico também pode despertar otimismo e boa autoestima.

No caso de pacientes diagnosticados com transtornos mentais, a prática é de extrema importância para o êxito do tratamento psiquiátrico. “O(a) psicólogo(a) consegue acompanhar o(a) paciente de perto, perceber melhoras, recaídas, adotar um estilo de vida que o(a) auxilie e contribuir para a aderência ao tratamento”, finaliza Renato.