04/12/2024 - 18:55
Um encontro com o xamã e liderança Yanomami Davi Kopenawa, exibição de longas-metragens brasileiros ainda inéditos comercialmente, uma homenagem ao ator Lima Duarte, a exposição “Memórias encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”, que inclui debate com filhos de Rubens e Euníce Paiva e de Vladimir e Clarice Herzog, e uma maratona musical em uma ocupação no centro paulistano com o DJ KL Jay e os blocos Filhos de Gil e Ritaleena.
Estes são alguns destaques da programação do 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, que acontece de 10 a 15 de dezembro na cidade de São Paulo e na plataforma de streaming Sesc Digital, acessível em todo o país.
Com todas as atividades gratuitas, este ano o festival ocupa os seguintes espaços culturais paulistanos: Centro Cultural São Paulo, Centro MariAntonia da USP, Cine Nave, Cine Olido, Cinemateca Brasileira, Espaço Augusta de Cinema, Ocupação 9 de Julho e Sesc Vila Mariana.
O evento celebra os 76 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecida em 10 de dezembro, e seu objetivo é divulgar e discutir, através de manifestações artísticas, as diversas temáticas relacionadas aos direitos humanos.
Com o tema “Entre Raízes e Horizontes”, a proposta desta edição é tratar das ligações entre o que nos define historicamente e as possibilidades de projetar o futuro.
O 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos é uma realização do Instituto Vladimir Herzog e da Criatura Audiovisual, o evento tem patrocínio da CAIXA.
Abertura
Agendada para o dia 10/12, terça-feira, às 19h00, no Sesc Vila Mariana, a cerimônia de abertura do evento tem como principal atração a exibição de “Malês”, longa-metragem brasileiro ainda inédito no circuito comercial. Dirigida pelo ator Antonio Pitanga, a obra se passa durante aquela que é considerada como a maior insurreição de escravizados da história do Brasil: a Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 em Salvador, na Bahia. No elenco destacam-se Camila Pitanga, Rocco Pitanga, Samira Carvalho e Patricia Pillar, além do próprio diretor do filme.
Rubens Paiva e Vladimir Herzog
Em 13/12, sexta-feira, às 18h30, acontece o debate “Heroínas dessa História”, agendado para o Centro MariAntonia da USP. A data marca o anúncio, em 1968, do Ato Institucional nº 5 (AI-5), um dos atos mais duros da ditadura militar, que marcou o início dos chamados “anos de chumbo” no Brasil.
O encontro reúne a professora Vera Paiva e Ivo Herzog, presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, ambos filhos de símbolos da luta contra o regime militar brasileiro. Vera Paiva, interpretada no filme “Ainda Estou Aqui” pelas atrizes Valentina Herszage e Maria Manoella, é filha do engenheiro e político assinado nos porões da ditadura militar Rubens Paiva (1929-1971) e da advogada Eunice Paiva (1929-2918) – estes, vividos no mesmo longa, respectivamente, por Selton Mello e por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Já Ivo Herzog é filho do jornalista, professor e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), assassinado nas instalações do DOI-CODI, em São Paulo, e de Clarice Herzog, publicitária e liderança de um movimento que colocou em xeque e cobrou investigação da versão do Exército a respeito da morte de seu marido.
O debate vai partir do livro “Heroínas dessa História” (2020, Autêntica Editora), uma produção do Instituto Vladimir Herzog que conta a história de 15 mulheres em busca de memória, verdade e justiça. Eunice Paiva e a Clarice Herzog são retratadas na obra.
A mediação está a cargo da jornalista Tatiana Merlino, uma das organizadoras da publicação. O encontro é parte das atividades de abertura da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”. (veja abaixo)
Davi Kopenawa
Davi Kopenawa é um dos homenageados nesta edição do 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos. No dia 12/12, quinta-feira, a partir das 20h30, o Centro Cultural São Paulo recebe o xamã e liderança do povo Yanomami, vencedor do Prêmio Right Livelihood e da Ordem do Mérito Cultural, para um encontro intitulado “Defender os Sonhos”. Conhecido mundialmente por sua luta em defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica, além de ser coautor do livro “A queda do céu: palavras de um xamã Yanomami”, Davi Kopenawa irá dialogar com o público presente sobre a importância dos sonhos, da cultura e do mundo sensível para a defesa da vida.
Antes, às 16h30, no mesmo local, é exibido o longa-metragem “A Última Floresta” (2021), de Luiz Bolognesi, obra vencedora do prêmio do público da seção Panorama no Festival de Berlim e da qual Davi Kopenawa participa e é corroteirista.
Às 18h30 é a vez de “A Queda do Céu” (2024), longa-metragem baseado nas palavras de Davi Kopenawa que retrata a comunidade watoriki durante o importante ritual funerário reahu, um esforço coletivo para segurar o céu. Selecionada para o Festival de Cannes, o longa-metragem, inédito no circuito comercial, acumula prestigiosas premiações: melhor direção de documentário no Festival do Rio; grande prêmio do júri da competição Kaleidoscope no DOC NYC, maior festival de documentários dos Estados Unidos; melhor documentário internacional no Festival de Guanajuato (México); e prêmio especial do júri no Festival de Documentários DMZ (Coreia do Sul). Os diretores do filme, Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, também participam do encontro com Davi Kopenawa.
Homenagem
Filme de rara circulação, “Corpo em Delito”, de 1990, focaliza um médico legista que presta serviços aos órgãos de repressão política, forjando laudos de morte natural para massacrados pela tortura praticada nos porões da ditadura militar. Homenageado pelo festival, Lima Duarte, que interpreta o protagonista do longa, apresenta a sessão que acontece na Cinemateca Brasileira em 11/12, às 19h30. Dirigido por Nuno Cesar de Abreu (1948-2016), a obra tem no elenco nomes como Regina Dourado, Dedina Bernardeli, Fernando Amaral, Delta Araujo, Renato Borghi, Edyr de Castro, Carlos de Jesus, Alvaro Freire, Wilson Grey, José Marinho e Dira Paes.
Música
No encerramento de sua quarta edição, o DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos apresenta uma programação especial em 15 de dezembro, domingo, com um dia inteiro dedicado à música e à solidariedade na Ocupação 9 de Julho, na região central da cidade de São Paulo.
A maratona começa com o tradicional almoço da Cozinha da Ocupação, em parceria com MTSC e o projeto Lute Como Quem Cuida, que a partir das arrecadações do almoço disponibiliza marmitas a pessoas em situação de vulnerabilidade. A partir das 15h, a Ocupação recebe um trio elétrico com programação musical, trazendo apresentações de artistas como o Bloco Filhos de Gil, o Bloco Ritaleena e o DJ KL Jay, entre outros.
Além da música, no local está prevista uma feira de produtos artesanais dos moradores da Ocupação 9 de Julho e um ponto de arrecadação de alimentos não perecíveis e roupas, a serem doados para iniciativas que apoiam pessoas em vulnerabilidade social.
Debate
Agendado para o dia 14/12, sábado, às 17h30, o debate “Mover as palavras-flecha” conta com a participação dos artistas musicais Thiago Elniño e Brisa Flow. A mediação é da escritora Mel Duarte. No encontro, os artistas partem de símbolos presentes em suas obras, dialogando com ancestralidades e saberes afro-indígenas, para discutir o papel da música e da arte na defesa da vida, da dignidade e dos direitos humanos.
O rapper Thiago Elniño é destaque da nova cena do hip hop brasileira. Com originalidade, suas músicas abordam questões raciais e sociais no contexto urbano, principalmente através de rimas maravilhosamente alinhadas com sua capacidade de brincar com as palavras.
Brisa de la Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow, é cantora, musicista, compositora, poeta, performer, produtora musical, ativista e uma das principais expoentes do futurismo indígena no Brasil.
Mel Duarte é uma escritora, poeta, slammer e produtora cultural brasileira. Seu mais recente livro de poesia, “Colmeia – poemas reunidos”, foi lançado em 2021 pela Editora Philos.
Exposição
Documentos dos perseguidos na ditadura de Augusto Pinochet no Chile, a partir de 1973, fazem parte da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”, com inauguração em 13/12, sexta-feira, a partir das 16h00, no Centro MariAntonia da USP. Em cartaz até 30 de março de 2025, a exposição traz a história de homens e mulheres que, no golpe de Augusto Pinochet – 11 de setembro de 1973 – ingressaram na Embaixada da Argentina, em Santiago do Chile, em busca de refúgio. Os perseguidos incluíam muitos brasileiros e brasileiras que também não puderam regressar ao Brasil.
“Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição” também ressalta a solidariedade de organizações e igrejas que salvaram vidas. Por sua vez, a artista brasileira Fulvia Molina apresenta instalação com as 434 vítimas citadas no Relatório da Comissão Nacional da Verdade no Brasil.
No evento de abertura da exposição estão previstas diferentes atividades, como a exibição do filme “Memória e Exílio”, de Silvio Tendler, e um debate sobre o livro “Heroínas dessa História”.
Premiado em Cannes
Vencedor do prêmio de melhor ator na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2024, “Baby” narra a história de um jovem sem rumo nas ruas de São Paulo que encontra um homem mais velho e novas maneiras de se sustentar. Ainda inédito comercialmente, a produção conquistou ainda os prêmios de melhor filme no Festival do Rio e de melhor interpretação no Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade. A sessão acontece em 13/12, às 19h00, no Cine Nave, no bairro paulistano do Cambuci.
“As Polacas” no Clube do Professor
Simultaneamente à sua estreia em salas comerciais, o longa “As Polacas” é atração de uma sessão especial fruto de uma parceria do com o Clube do Professor, projeto do Espaço Augusta de Cinema que promove exibições semanais gratuitas para educadores. A sessão, agendada para 14/12, às 11h00, será aberta ao público em geral.
O enredo do filme conta a saga da polonesa Rebeca, fugindo da perseguição aos judeus e dos horrores da guerra e da fome na Europa, chega ao Brasil para reencontrar o marido e iniciar uma nova vida. Porém, ao contrário das promessas de felicidade, a realidade que encontra no Rio de Janeiro é completamente diferente.
A produção percorreu festivais nacionais e internacionais, tendo recebido os prêmios de melhor diretor para João Jardim e melhor atriz para Valentina Herszage e Dora Freind no Festival de Punta del Leste (Uruguai). Caco Ciocler foi premiado como melhor ator no FESTin, em Lisboa, enquanto o som e música do longa foram laureados no Festival de Cine Latino de Oklahoma (EUA).
“Os Afro-sambas: O Brasil de Baden e Vinicius”: primeira exibição em SP
Inédito comercialmente, “Os Afro-sambas: O Brasil de Baden e Vinicius” ganha sua primeira projeção em telas paulistanas durante o festival. O filme conta, em diferentes dimensões, a história de um dos mais cultuados discos brasileiros: “Os Afro-sambas”, de 1966. Participantes da gravação original, críticos, amigos dos músicos e seus familiares revivem a criação dessa obra-prima. Filmada entre Salvador e Rio de Janeiro, a produção reúne também imagens de arquivo em histórias que iluminam uma obra que mudou para sempre a música brasileira e mundial. O diretor do longa Emílio Domingos tem no currículo “Black Rio! Black Power!” e “Chic Show”, entre outros.
Curtas-metragens no Cine Olido
Uma sessão composta por seis curtas-metragens brasileiros inéditos está programada no Cine Olido, no Centro Histórico de São Paulo, em 14/12, às 14h00. Abordando diferentes aspectos relacionados aos direitos humanos, os filmes selecionados são “Fluxo”, de Filipe Barbosa; “A Fumaça e o Diamante”, de Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida; “Utopia Muda”, de Julio Matos; “Meu Amigo Pedro MIXTAPE”, de Lincoln Péricles; “O Nome da Vida”, de Amanda Pomar; e “André Hullk: Arte e Ancestralidade”, de João Coelho e Rodrigo Duarte.
Sesc Digital
Oito curtas-metragens da programação do ficam disponibilizados de 10 a 22 de dezembro pela plataforma Sesc Digital [https://sesc.digital/], de acesso gratuito.
Fazem parte da seleção “Bença”, de Mano Cappu, “Caiçara Futurista”, de Debora Bergamini, “Engole o Choro”, de Fabio Rodrigo, “Expresso Parador”, de JV Santos, “Lagrimar”, de Paula Vanina, “Nosso Panfleto Seria Assim”, de Leandro Olimpio, “O Silêncio Elementar”, de Mariana de Melo, e “Pequenas Insurreições”, de William de Oliveira.
PROGRAMAÇÃO
10 a 22/12
Sesc Digital (https://sesc.digital/)
“Bença” (15 min) – Mano Cappu
“Caiçara Futurista” (10 min) – Debora Bergamini
“Engole o Choro” (12 min) – Fabio Rodrigo
“Expresso Parador” (25 min) – JV Santos
“Lagrimar” (14 min) – Paula Vanina
“Nosso Panfleto Seria Assim” (25 min) – Leandro Olimpio
“O Silêncio Elementar” (15 min) – Mariana de Melo
“Pequenas Insurreições” (13 min) – William de Oliveira
10/12, terça-feira
Sesc Vila Mariana (rua Pelotas 141, Vila Mariana – São Paulo)
19h00 – cerimônia de abertura
“Malês” (113 min) – Antonio Pitanga
11/12, quarta-feira
Cinemateca Brasileira (largo Sen. Raul Cardoso 207, Vila Clementino – São Paulo)
19h30 – “Corpo em Delito” (90 min) – Nuno Cesar de Abreu
12/12, quinta-feira
Centro Cultural São Paulo – Sala Lima Barreto (rua Vergueiro 1000, Liberdade – São Paulo)
16h30 – “A Última Floresta” (77 min) – Luiz Bolognesi
18h30 – “A Queda do Céu” (108 min) – Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
20h30 – encontro “Defender os Sonhos”, com Davi Kopenawa; participação: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
13/12, sexta-feira
Centro MariAntonia da USP (rua Maria Antônia 294, Vila Buarque – São Paulo)
16h00 – abertura da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”
18h30 – encontro “Heroínas dessa História”, com Vera Paiva e Ivo Herzog, com mediação de Tatiana Merlino
Cine Nave (rua José Bento 106, Cambuci – São Paulo)
19h00 – “Baby” (106 min) – Marcelo Caetano
14/12, sábado
Espaço Augusta de Cinema (rua Augusta 1475, Consolação – São Paulo)
11h00 – “As Polacas” (124 min) – João Jardim
Cine Olido (av. São João 473, Centro Histórico – São Paulo)
14h00 – “Fluxo” (14 min) – Filipe Barbosa
“A Fumaça e o Diamante” (6 min) – Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida
“Utopia Muda” (20 min) – Julio Matos
“Meu Amigo Pedro MIXTAPE” (9 min) – Lincoln Péricles
“O Nome da Vida” (13 min) – Amanda Pomar
“André Hullk: Arte e Ancestralidade” (15 min) – João Coelho e Rodrigo Duarte
16h00 – “Os Afro-sambas: O Brasil de Baden e Vinicius” (93 min) – Emílio Domingos
17h30 – debate “Mover as palavras-flecha”, com Thiago Elniño, Brisa Flow e Mel Duarte
15/12, domingo
Ocupação 9 de Julho (rua Álvaro de Carvalho 427, Bela Vista – São Paulo)
12h30 – almoço Cozinha da Ocupação 9 de Julho, feira de produtos artesanais e arrecadação de alimentos não perecíveis e roupas
15h00 – Bloco Filhos de Gil, Bloco Ritaleena e DJ KL Jay, entre outros
Serviço
4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos
10 a 15 de dezembro de 2024 (terça-feira a domingo)
gratuito
locais:
Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro 1000, Liberdade – São Paulo)
Centro MariAntonia da USP (rua Maria Antônia 294, Vila Buarque – São Paulo)
Cine Nave (rua José Bento 106, Cambuci – São Paulo)
Cine Olido (av. São João 473, Centro Histórico – São Paulo)
Cinemateca Brasileira (largo Sen. Raul Cardoso 207, Vila Clementino – São Paulo)
Espaço Augusta de Cinema (rua Augusta 1475, Consolação – São Paulo)
Ocupação 9 de Julho (rua Álvaro de Carvalho 427, Bela Vista – São Paulo)
Sesc Vila Mariana (rua Pelotas 141, Vila Mariana – São Paulo)
LONGAS-METRAGENS
“A Queda do Céu” (Brasil-RJ-SP/Itália/França, 2024, 108 min) – Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Baseado nas palavras poderosas do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, o filme retrata a comunidade watoriki durante o importante ritual funerário reahu, um esforço coletivo para segurar o céu. O filme funciona como uma contundente crítica xamânica ao garimpo ilegal e à mistura mortal de epidemias trazidas pelos forasteiros, chamadas de “xawara”. Colocando em primeiro plano a beleza da cosmologia yanomami e dos espíritos xapiri, além de destacar sua força geopolítica, o longa nos convida a sonhar longe.
“A Última Floresta” (Brasil-SP, 2021, 77 min) – Luiz Bolognesi
Em imagens poderosas, alternando entre observação documental e sequências encenadas e densas paisagens sonoras, Luiz Bolognesi documenta a comunidade indígena Yanomami e descreve seu ambiente ameaçado na floresta tropical amazônica.
“As Polacas” (Brasil-RJ, 2023, 124 min) – João Jardim
1917. Fugindo da fome e da guerra na Polônia, Rebeca chega ao Brasil para reencontrar o marido e iniciar uma nova vida. Porém, ao contrário das promessas de felicidade, a realidade que ela encontra no Rio de Janeiro é completamente diferente. Rebeca descobre que o marido faleceu e acaba refém de uma grande rede de prostituição e tráfico de mulheres, chefiada pelo impiedoso Tzvi. Mesmo transgredindo suas próprias crenças, ela encontra aliadas que vivem o mesmo drama e, juntas, lutarão por liberdade. Com Valentina Herszage, Caco Ciocler, Dora Freind, Amaurih Oliveira, Otavio Muller, Clarice Niskier e Anna Kutner.
“Baby” (Brasil-SP/França/Países Baixos, 2024, 106 min) – Marcelo Caetano
Após ser liberado de um centro de detenção juvenil, Wellington, 18 anos, se vê sozinho e perdido nas ruas de São Paulo, sem nenhum contato com os pais ou recursos para reconstruir a vida. Ele encontra Ronaldo, um homem maduro que lhe ensina novas formas de sobrevivência. Gradualmente, a relação entre os dois se transforma em uma paixão conflituosa. Com João Pedro Mariano, Ricardo Teodoro, Ana Flavia Cavalcanti, Bruna Linzmeyer, Luiz Bertazzo, Marcelo Varzea e Patrick Coelho.
“Corpo em Delito” (Brasil-SP, 1990, 90 min) – Nuno Cesar de Abreu
Nas décadas de 1960/70, o Dr. Athos Moreira Brasil é um médico legista, frio e solitário, que presta serviços aos órgãos de repressão política, forjando laudos de morte natural para massacrados pela tortura praticada nos porões da ditadura militar. Ele se apaixona por Tana Divino, sensual, mística e amorosa, que trabalha numa casa noturna fazendo dublagens de cantoras. Com Lima Duarte, Regina Dourado, Dedina Bernardeli, Fernando Amaral, Delta Araujo, Renato Borghi, Edyr de Castro, Carlos de Jesus, Alvaro Freire, Wilson Grey, José Marinho e Dira Paes.
“Malês” (Brasil-RJ, 2024, 113 min) – Antonio Pitanga
O filme retrata uma jornada de resistência e coragem, ambientada na vibrante Salvador de 1835. Durante seu casamento, dois jovens muçulmanos são arrancados de sua terra natal na África e vendidos como escravos no Brasil. Separados pelo destino cruel, ambos lutam para sobreviver e se reencontrar, enquanto se veem envolvidos na maior insurreição de escravizados da história do Brasil: a Revolta dos Malês. Com Camila Pitanga, Rocco Pitanga, Antonio Pitanga, Samira Carvalho, Patricia Pillar, Edvana Carvalho e Bukassa Kabenguele.
“Memória e Exílio” (Brasil-RJ, 2023, 19 min) – Silvio Tendler
Filmado no Chile em setembro de 2023, durante os eventos em torno dos 60 anos do golpe militar chileno.
“Os Afro-sambas: O Brasil de Baden e Vinicius” (Brasil-RJ, 2024, 93 min) – Emílio Domingos
O filme conta, em diferentes dimensões, a história de um dos mais cultuados discos brasileiros: “Os Afro-sambas”, de 1966. Participantes da gravação original, críticos, amigos dos músicos e seus familiares revivem a criação dessa obra-prima. Filmado entre Salvador e Rio de Janeiro, o filme reúne também imagens de arquivo em histórias que iluminam uma obra que mudou para sempre a música brasileira e mundial.
CURTAS-METRAGENS
“A Fumaça e o Diamante” (Brasil-DF, 2023, 6 min) – Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida
Em outubro de 2016, três meses após o impeachment de Dilma Rousseff, acontecia na aldeia Catrimani (Terra Indígena Yanomami-AM/RR) a 8ª Assembleia da Associação Hutukara. No início da noite, uma intensa fumaça toma a aldeia enquanto acompanhamos o reencontro de uma família Yanomami no pátio central.
“André Hullk: Arte e Ancestralidade” (Brasil-SP, 2024, 15 min) – João Coelho e Rodrigo Duarte
Documentário que acompanha o trabalho com grafite de André Hullk, artista urbano conhecido como Hulk Manauara, nascido no Amazonas.
“Bença” (Brasil-PR, 2023, 15 min) – Mano Cappu
Na cadeia, a visita é sagrada. Antônio está ansioso para ver sua esposa, Vera. Entretanto, ao caminhar rumo ao pátio de visita, seu mundo começa a ruir ao ver saindo de uma das celas Rodrigo, seu filho. As relações paternas entre pai e filho são como um campo seco e sem vida.
“Caiçara Futurista” (Brasil-SP, 2024, 10 min) – Debora Bergamini
Ao som de “Na Pedra de Uma Costeira” e “Carimbó Caiçara”, músicas do artista Fidura Cardial, de Ilhabela (SP), o filme segue um caiçara à beira-mar que, encantado por uma sereia, embarca em sua canoa em busca da mulher de rabo de baleia. Enquanto rema, ele encontra criaturas fantásticas que acompanham sua jornada. Após chegar a uma praia remota, ele descobre uma festa onde as tradições caiçaras se entrelaçam com o futuro.
“Engole o Choro” (Brasil-SP, 2023, 12 min) – Fabio Rodrigo
Na periferia de São Paulo, Anderson, de 17 anos, furta a moto do pai. Ele quer se tornar um homem dando um basta em anos de exclusão e rejeição, mas baterá de frente com o que nunca foi ensinado a lidar: seus sentimentos.
“Expresso Parador” (Brasil-RJ, 2023, 25 min) – JV Santos Riofilme
No Rio de Janeiro, pior sistema de transporte público do mundo, uma atriz negra de 30 anos cruza a cidade num ônibus. Ela precisa fazer um teste para uma novela, um bico de teatro infantil e ainda estrear seu espetáculo como protagonista no lado oposto da cidade. Durante a viagem, um encontro inusitado bagunça passado, presente e futuro.
“Fluxo” (Brasil-SP, 2023, 14 min) – Filipe Barbosa
Fábio de 22 anos, jovem negro da Cidade Tiradentes, se reconecta com seu passado através de um baile funk com amigos. Durante o caminho, ele enfrenta desafios internos e externos, que o fazem confrontar seus sentimentos após o término de um relacionamento amoroso.
“Lagrimar” (Brasil-RN, 2024, 14 min) – Paula Vanina
Sozinha e rodeada pela seca, Joana é uma menina que vive em busca de água. Sua jornada deixa de ser solitária e ganha novo significado quando um inesperado e enigmático encontro acontece.
“Meu Amigo Pedro MIXTAPE” (Brasil-SP, 2023, 9 min) – Lincoln Péricles
O diretor revisita memórias registradas desde as primeiras câmeras e microfones a que teve acesso, construindo um filme em formato Mixtape de Rap, misturando sons e imagens do cinema brasileiro e desnaturalizando as imagens de trabalho.
“Nosso Panfleto Seria Assim” (Brasil-SP, 2024, 25 min) – Leandro Olimpio
Eu, meu amigo sindicalista, a Petrobras e o Brasil.
“O Nome da Vida” (Brasil-MG/SP, 2024, 13 min) – Amanda Pomar
Filme baseado na biografia de Wladimir Pomar, militante comunista preso em 1976 durante a operação militar conhecida como o Massacre da Lapa.
“O Silêncio Elementar” (Brasil-MG, 2024, 15 min) – Mariana de Melo
Em Minas Gerais, em meio a mineração, desdobra-se uma narrativa sobre o silêncio deixado pela extração mineral. Na cidade de Divinópolis, a sirene anuncia o início do dia das siderúrgicas. Em Itabira, trens levam o minério e junto dele as serras mineiras. Materiais de arquivo, imagens ficcionais e documentais se entrelaçam revelando as marcas que a mineração deixa nas paisagens e nas identidades.
“Pequenas Insurreições” (Brasil-PR, 2023, 13 min) – William de Oliveira
Em uma sala de espera de uma agência de babás, um grupo de mulheres compartilha experiências, reflete sobre suas vidas e decide firmar um pacto.
“Utopia Muda” (Brasil-SP, 2023, 20 min) – Julio Matos
A democratização dos meios de comunicação a partir da história da Rádio Muda, a mais longeva rádio livre que desafiou o sistema para defender a liberdade de expressão.