URBAN MANNERS 2 – ARTISTAS CONTEMPORÂNEOS DA ÍNDIA / Sesc Pompeia, São Paulo / 21/1 a 4/4

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Como o Brasil e a China, a Índia está no grupo de países em crescimento que atraem a atenção de investidores de todo o mundo. São países que compartilham não apenas interesses econômicos, mas crises de identidade, já que possuem culturas não europeias que vivenciam a globalização de forma bastante particular. E essas crises são um prato cheio para quem pensa e produz arte. A mostra “Urban Manners 2”, depois de passar por Milão (2007), apresenta pela primeira vez em São Paulo uma seleção de arte contemporânea indiana. “O crescimento econômico da Índia teve impacto na produção de arte, surgiram mais galerias e colecionadores, o que se traduz em mais oportunidades e possibilidades financeiras para os artistas”, explica Peter Nagy, crítico de arte residente em Nova Délhi que auxiliou a curadora Adelina von Fürstenberg na montagem da exposição para o Brasil. Gurus espirituais e artistas psicodélicos já faziam da Índia ponto de referência nos anos 60 e 70. Mas, diante do crescimento econômico, a Índia nacionalista, do hinduísmo e do sistema de castas, abriu espaço para um país cosmopolita e igualmente sedutor. Ao exotismo colorido das tradições soma-se uma cultura urbana condizente com sua condição de potência emergente, revelando curiosas e frutíferas contradições. No Sesc Pompeia, o choque entre tradição e modernidade aparece traduzido em vídeos, esculturas, pinturas, instalações e fotografias realizadas por 11 importantes artistas indianos da atualidade. No vídeo “I Love My India” (foto), a artista Avinash Veeraraghavan explora com montagens caóticas as imagens publicitárias espalhadas pelas cidades do país. Já em “National Product (Gandhi) and Others”, o artista Proibir Gupta mostra uma grande estátua do líder, coberta de grafites e cercada por letreiros de estabelecimentos comerciais. “Esta é provavelmente a obra mais política da exposição. Cada letreiro faz uma piada sobre o choque entre política e religião que acontece hoje na Índia. Algo que Gandhi, sem nunca ter tido a intenção, causou”, comenta Adelina, que é também fundadora da ONG “Art for the World”, criada em 1996 para promover a tolerância e instigar o diálogo entre diferentes culturas. Sempre através da arte contemporânea e do cinema.

Urban Manners 2 - Arte Contemporânea Indiana