Começa na sexta-feira 26, no Japão, a 40ª edição do Tokyo Motor Show, tradicional evento no qual são apresentadas ao mundo as principais e mais radicais novidades no setor automobilístico – nada que vá estar nas ruas amanhã, pois se trata ainda de uma série de protótipos, mas que nem por isso deixam de cativar o público porque, no campo da tecnologia, tudo aquilo que hoje se imagina pode um dia virar realidade. E a imaginação não tem limites. Prova disso é a tendência de automóveis cujas rodas têm a capacidade de girar 360 graus em seu próprio eixo, o que deverá significar o fim da difícil e incômoda arte de manobrar e estacionar um veículo. Paralelamente aos lançamentos dessa feira, outra novidade anunciada na semana passada promete conquistar os aficionados por carros – e fazê-los, literalmente, flutuar. Ela vem dos EUA, mais T E C N O L O G I A especificamente do laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT): é lá que se deu a largada para o desenvolvimento de um automóvel com asas, que deverá ser comercializado a partir de 2009.

As marcas Nissan, Honda e Toyota têm cadeira cativa no Tokyo Motor Show – e sempre se tornam as grandes vedetes dessa feira. Foi pensando no desconforto de se fazer balizas, que todas elas investem nessa vaga no mercado tecnológico. A Nissan criou o Pivo 2, um carro em formato de bola, ecológico e que tem um robô em seu interior para ajudar o motorista a localizar ruas e animá-lo após um dia tenso de trabalho. “Queremos que as pessoas percebam o quanto os automóveis podem ser divertidos”, diz Shiro Nakamura, diretor de design da empresa. Com capacidade para transportar três pessoas, o Pivo 2 possui rodas que giram em ângulos de até 90 graus e uma cabine rotatória de 360º – isso dispensa a marcha à ré. “Não importa se você estacionou o seu lado do veículo rente a um muro. Basta acionar um botão para o carro se contorcer e o motorista sair pela outra porta”, diz Nakamura. Ecologicamente correto, o Pivo 2 é movido a baterias compactas de íons de lítio que não poluem o meio ambiente e ainda garantem boa performance ao automóvel.

Seguindo essa tendência de rodas que giram sobre si e para todos os lados, a Honda apresenta o protótipo do carro Puyo, fácil de estacionar e brilhante no escuro – deve-se isso a um gel luminoso que recobre a lataria. Para ganhar o maior espaço interno possível, foram instaladas as chamadas portas- tesoura que se abrem para cima. Além do Puyo, a Honda também exibe o CR-Z com linhas dinâmicas que diminuem o atrito com o ar, incrementam a potência do arranque e permitem uma velocidade de até 300 quilômetros por hora. A Toyota, por sua vez, criou o seu i-Real. Estruturado nos moldes de uma poltrona, é um veículo com botões de controle no apoio dos braços e que tem o poder de mudar de posição, ficando na vertical ou horizontal, alcançando velocidade de até 32 km/h. Para evitar colisões, sensores detectam objetos a sua frente e avisam o motorista através de alarme ou vibração.

Tão surpreendente quanto as novidades japonesas é o automóvel Transition, desenvolvido nos EUA: ele possui asas dobráveis que possibilitam ao motorista a fuga de qualquer congestionamento – como num filme de ficção científica, o veículo decola, voa e posa novamente onde houver uma brecha. “Basta apertar um botão na cabine de comando para as asas se abrirem”, diz Anna Mracek Dietrich, engenheira e chefe de operações do MIT. A velocidade atingida pelo Transition é de 220 quilômetros por hora e ele transporta duas pessoas. Inicialmente, apenas 200 desses carros serão fabricados. Cada Transition custará cerca de US$ 150 mil.


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