São muitas as promessas para ajudar as pessoas a largar o cigarro. Uma delas, ao que parece, de fato tem dado bom auxílio nesse sentido. Trata-se do Champix, medicamento fabricado pelo laboratório Pfizer. Lançado há seis meses no Brasil, o remédio tem conquistado médicos e pacientes. Em torno da metade dos que utilizam a medicação consegue largar o cigarro.

Pode parecer pouco – afinal, não é 100% de eficácia –, mas se tratando de tabagismo é um índice bem animador. Principalmente porque essa média de resultado é conseguida apenas com o uso do remédio. Hoje, a única estratégia com eficiência parecida é obtida com a combinação de duas armas: a reposição de nicotina e a bupropiona (outro tipo de medicação).

Os médicos estão animados. “Ele parece ser um novo paradigma no tratamento”, afirma a médica Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração, em São Paulo. “Mas é claro que é preciso aguardar mais tempo para saber se as expectativas irão se confirmar”, pondera. “Ao que parece, o remédio será uma ferramenta muito importante contra o tabagismo”, concorda Sérgio Ricardo Santos, coordenador do PrevFumo, ambulatório da Universidade Federal de São Paulo.

A droga atua no sistema nervoso central e tira do paciente o prazer de fumar. Foi exatamente o que sentiu o empresário paulista Tarcísio Camargo, 45 anos. Ele fumou durante 34 anos e nos últimos tempos consumia um maço e meio por dia. Após 15 dias tomando o medicamento, parou. “Foi muito fácil. Perdi o prazer”, conta. O tratamento dura 12 semanas. Porém, às vezes é necessário estender a terapia para mais três meses. Por enquanto, ao que parece, o único problema é o custo do remédio. O tratamento completo fica em em torno de R$ 900.