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HERDEIRO
Nelson Arns é médico e trabalha na Pastoral há mais de 20 anos

Se depender da Pastoral da Criança, nada mudará na premiada entidade depois da morte de sua criadora. Nem o sobrenome do líder máximo da organização, cargo ocupado por Zilda Arns até morrer no terremoto do Haiti, no fatídico 12 de janeiro. O sucessor na coordenadoria internacional do órgão será Nelson Arns Neumann, 44 anos, filho de Zilda. A decisão, guardada a sete chaves pelo conselho diretor, será anunciada nesta semana. Médico epidemiologista, com doutorado em saúde pública pela USP, Nelson Arns era visto dentro da Pastoral, onde trabalha há mais de 20 anos, como herdeiro natural do legado da mãe. De perfil discreto, ele ocupa atualmente o cargo de adjunto da freira Vera Aloé na coordenação nacional, tendo sob sua responsabilidade a administração e a área técnica das ações de saúde.

Logo após a tragédia, Nelson Arns foi convocado a assumir as atividades da entidade no Exterior. Já na semana passada, ele esteve no Uruguai e na Colômbia, em missão de reconhecimento. Seu maior desafio será mostrar que o trabalho da Pastoral em diferentes países não será interrompido. “A Pastoral da Criança Internacional necessita de ajuda. Ela precisa se consolidar e expandir, pois existem países para os quais ela é até mais necessária do que no Brasil”, disse à ISTOÉ.

Para a escolha de Nelson Arns, os membros do conselho consideraram, além de sua capacitação, a necessidade de manter o sobrenome da família como um cartão de visita. Afinal, fora do Brasil a imagem de sua mãe era tão ou mais conhecida que a da própria Pastoral da Criança e seu nome era associado às iniciativas de cuidados da saúde infantil. Terceiro dos seis filhos de Zilda com o educador Aloísio Bruno Neumann, Nelson Arns nasceu em Curitiba e é casado com a fisioterapeuta Luciane, com quem tem três filhas. Nas horas de folga, gosta de ficar com a família e tocar piano em sua chácara em Campo Largo, na região metropolitana. Antes de entrar para a Pastoral, chegou a atuar como médico voluntário na diocese de Bacabal, no interior do Maranhão. O novo coordenador internacional deverá manter a equipe de assessores que acompanhava a mãe.