48 pessoas morrem em queda de avião comercial na Rússia

48 pessoas morrem em queda de avião comercial na Rússia

Um avião comercial operado pela Angara Airlines que rumava para a cidade de Tynda, no extremo leste da Rússia, caiu a poucos quilômetros do seu destino final nesta quinta-feira (24/07), matando todos a bordo, informaram autoridades russas.

O bimotor Antonov An-24, de fabricação soviética, levava 42 passageiros e seis tripulantes, sendo cinco crianças, segundo informações preliminares, e havia decolado de Blagoveschensk, na fronteira com a China.

O trajeto costuma durar em torno de 1h30, mas o avião sumiu do radar nos minutos finais da viagem, por volta das 13h (horário local), ao fazer uma segunda tentativa de aproximação para o pouso.

A aeronave acabou caindo em uma área montanhosa remota e de floresta densa. Eventualmente, um helicóptero de resgate localizou parte da fuselagem em chamas a cerca de 15 quilômetros do aeroporto de Tynda.

As operações de resgate foram dificultadas pelas más condições climáticas e dificuldade de acessar o local. A primeira equipe de resgate só chegou horas depois, e não encontrou sobreviventes, informou a agência de notícias estatal russa Tass.

O número oficial de pessoas que estavam a bordo da aeronave ainda não foi confirmado pela agência de controle aéreo da Rússia, e a Angara Airlines também ainda não se pronunciou sobre a tragédia.

Tynda tem uma população de 30 mil habitantes e está a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a China.

Segundo a imprensa estatal chinesa, ao menos um dos passageiros era cidadão chinês.

O presidente da China, Xi Jinping, enviou suas condolências ao seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Uma das hipóteses iniciais dos investigadores é de que o acidente tenha sido causado por falha humana, devido ao mau tempo e a um erro de cálculo dos pilotos.

Frota obsoleta

Segundo as agências de notícias AFP e dpa, o avião teria sido fabricado há quase 50 anos, mas estaria habilitado a voar até 2036.

O Antonov An-24 é um dos aviões civis mais antigos ainda em operação. Quase 60 dos mais de 1,3 mil construídos até 1979 seguem em atividade – a maior parte na Rússia, mas também em outros países como Cazaquistão, Coreia do Norte e Ucrânia.

Apesar de antigo, o bimotor é considerado robusto, capaz de operar a temperaturas muito abaixo de zero, como as que imperam na Sibéria, e por isso alguns o chamam de “trator voador”.

Nos últimos anos, a Rússia tem trabalhado na renovação de sua frota de aviões civis, mas aeronaves mais obsoletas ainda são usadas em regiões remotas.

Alguns dos problemas no setor de aviação russo podem ser atribuídos às sanções impostas por países aliados da Ucrânia em retaliação à invasão russa do país em fevereiro de 2022, o que tem dificultado a aquisição de aeronaves e peças de reposição.