Chili Palmer (John Travolta) é um cobrador da máfia com veleidades intelectuais. Depois de se meter na indústria de cinema em O nome do jogo, ele agora quer reinar na música. Be cool – o outro nome do jogo (Be cool, Estados Unidos, 2005), que estréia sexta-feira 15 em todo o País, insiste no personagem criado pelo escritor Elmore Leonard, trocando a direção experiente de Barry Sonnenfeld pela burocrática de F. Gary Gray. A história é digna de Xuxa e os trapalhões, mas os atores demonstram ter conhecimento disso, atuam relaxados.

E não são poucos. Para compor a chanchada envolvendo rappers e a máfia russa foram convidados, entre outros, Steven Tyler, o amassado vocalista do Aerosmith, James Woods, sempre à vontade, o esfuziante Danny De Vito, o clássico Harvey Keitel e a diva Uma Thurman, chamada para mais uma dancinha “pulp fiction” com Travolta, mais gordo e charmoso que nunca. O filme reserva boas surpresas.
A primeira delas é o destaque dado para a música brasileira, como a inclusão da
voz de Elis Regina cantando Roda, de Gilberto Gil e João de Campos, como se
fosse participante do Grammy deste ano, e Sérgio Mendes sendo tratado como um beatle enquanto toca Sexy (Insensatez, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes) ao lado do Black Eyed Peas.

A segunda é o talento de comediante revelado por The Rock como o ajudante gay do mafioso enrustido Raji (Vince Vaughn) e o de André Benjamim, o André 3000 do Outkast, como Dabu, um gangsta rapper amalucado. Pensando bem, até que vale a pena assistir à bobagem toda.


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