Os carros bicombustíveis vieram para ficar. A liberdade de escolha proporcionada pelo motor flex é tão vantajosa que a indústra automobilística deve adotá-lo em todos os veículos. A Volkswagen estima que, no máximo em dois anos, todos os seus carros sairão de fábrica rodando com bicombustível. Os números comprovam o sucesso da tecnologia. Segundo a Anfavea, associação que reúne as montadoras, em 2003, ano de lançamento dos modelos flex, foram vendidos 48.100 veículos, o que correspondia na época a 3,5% do mercado. No ano passado, o número saltou para 328.100, ou 22%. Só no primeiro trimestre de 2005, esse porcentual cresceu para 30% (108.500). A porcentagem só não é maior porque alguns automóveis ainda não foram dotados da tecnologia que, diga-se, foi desenvolvida no Brasil.

A psicóloga Vanessa Gianesini não hesitou em gastar “um pouco mais” para comprar um flex no ano passado: “Se antes gastava R$ 90 para encher o tanque, hoje gasto R$ 50.” Os carros bicombustíveis agradaram tanto que o “pouco a mais” pago por Vanessa deixou de existir. E não pagar mais por uma tecnologia nova pode oferecer uma grata surpresa aos consumidores. Alexandra Alvarez, gerente de faturamento do Hospital Paulistano, comprou um Meriva em 2003. “Comprei porque achei bonitinho, nem pensei no fato de ser bicombustível. Quando
o litro da gasolina passou para mais de R$ 2, resolvi rodar com álcool. Dá
uma economia absurda”, afirma.

Em agosto do ano passado, a GM lançou o Astra multipower, que roda com gasolina, álcool e gás (GNV). É o único carro tricombustível produzido em série no mundo, para coroar um mercado, agora, multicombustível.