A base aliada ao governador José Roberto Arruda (ex-DEM) conseguiu retomar hoje o comando da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Nesta tarde, por 15 votos a sete, o deputado Wilson Lima (PR) foi eleito presidente da Casa, para mandato de um ano, derrotando o deputado Cabo Patrício (PT) na disputa.

Wilson Lima é aliado do governador José Roberto Arruda e assume o comando do legislativo local em meio à crise política que teve início com as revelações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, sobre a existência de um esquema de arrecadação de dinheiro de empresas contratadas pelo governo e distribuição de propinas a secretários e deputados distritais. O governador é citado em inquérito policial como chefe e beneficiário do esquema.

No comando da Câmara, Wilson Lima substitui o deputado Cabo Patrício, do PT, vice-presidente que exerceu o comando da Casa interinamente desde que o deputado Leonardo Prudente (sem partido) renunciou ao cargo, há três semanas. Prudente é o deputado flagrado em vídeo guardando nos bolsos e nas meias maços de dinheiro de suposta propina.

Pressionado pelo seu partido, o DEM, e após vários protestos de estudantes em frente à Câmara Legislativa, Leonardo Prudente havia pedido afastamento da presidência da Câmara Legislativa em dezembro, por 60 dias. Menos de um mês depois, porém, ele saiu do DEM e, sem poder se candidatar nas próximas eleições, voltou ao comando da Câmara. Segundo os deputados de oposição, a estratégia de Prudente era manobrar a favor do governador durante a votação dos pedidos de impeachment de Arruda.

A base aliada sofreu um revés, porém, em meados de janeiro, quando o Tribunal de Justiça do DF determinou o afastamento de Prudente do cargo, abrindo brecha para Cabo Patrício, da oposição, assumir seu lugar. Ao renunciar ao cargo, Leonardo Prudente forçou a realização de novas eleições. O nome de Wilson Lima surgiu como consenso na base aliada.

Deputado distrital há três mandatos, Wilson Lima é natural de Ceres, Goiás, e foi subsecretário de Alimentação e Promoção Social da Secretaria de Estado de Solidariedade em 2002, durante o governo Joaquim Roriz (PSC). Filiado ao PR, ele já passou pelo PSD, PTB e PMDB e foi secretário-geral do Prona no DF.

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