Quem sente frio na barriga ao assistir a um espetáculo de pára-quedismo deve segurar a emoção diante de uma modalidade que se consolida no Brasil: o swoop. O nome significa queda rápida e a técnica é chamada também de pouso de alta precisão. Os praticantes descem velozmente com os pára-quedas abertos até chegar bem perto do solo. Deslizam a poucos centímetros sobre a água, a eletrizantes 100 quilômetros por hora – e muitas vezes encostam os pés na superfície –, até encerrar a performance em uma caixa de areia. A novidade atraiu cerca de quatro mil pessoas que foram assistir ao Campeonato de Pousos Radicais, realizado em Cássia, Minas Gerais. “Organizei o evento em minha fazenda. Houve até engarrafamento na estrada de terra”, conta o mineiro Gui Pádua, 31 anos. Neste esporte, vence quem consegue deslizar melhor em alta velocidade sobre a água e, ao final da manobra, parar dentro da região demarcada num ponto de areia às margens do lago. O vencedor foi o único estrangeiro inscrito, o canadense Jay Moledzky. Animado, Pádua planeja mais um campeonato em novembro, de novo em sua fazenda.

O swoop só pode ser praticado por pára-quedistas com experiência mínima de mil saltos. Isso porque o esporte requer técnica apurada. Os competidores pulam de 4,5 mil pés (1,4 mil metros) de altura, distância bem inferior à dos saltos tradicionais de pára-quedas, de 3,5 mil metros em média. Os pára-quedas, em tecido importado parecido com plástico, medem 30 metros quadrados. São menores que os convencionais, de 100 metros quadrados, para aumentar a velocidade do salto. A técnica não inclui queda livre e os praticantes ficam no ar durante cinco minutos até iniciar o pouso. Por enquanto, dos três mil pára-quedistas em ação no Brasil, apenas 1% se dedica ao swoop. Um deles é o advogado paulista Cláudio Knippel, 1,5 mil saltos no currículo. “Eu me concentro sobre a forma como vou sair do avião, a abertura do pára-quedas e como será meu pouso”, ensina. Tudo para fazer uma descida bonita e de tirar o fôlego.